EXTRAÇÃO DE AMIDO A PARTIR DE RESÍDUOS DA CADEIA PRODUTIVA DA MANDIOCA (MANIHOT ESCULENTA CRANTZ)
Resumo
A mandioca (Manihot esculenta Crantz), atualmente cultivada em vários países, é uma planta originária da América do Sul. No Brasil, os principais processamentos das raízes de mandioca incluem a fabricação de farinha de mandioca e a extração de fécula, onde os subprodutos gerados podem ser sólidos ou líquidos. Esses, por apresentarem alta capacidade poluidora, podem causar grandes impactos ao meio ambiente. As raízes da mandioca são bastante perecíveis, pois sofrem deterioração enzimática e/ou microbiana. Neste sentido, a comercialização da mandioca congelada minimamente processada, surge como uma alternativa, com melhora da conservação da raiz e aumento de sua vida útil. Contudo, esta atividade está associada a perdas com casca, entrecasca e pontas, podendo ultrapassar a 40% do peso total das raízes. O amido proveniente da mandioca é facilmente extraído, já que as raízes contêm pequenas quantidades de proteínas, gorduras e outros componentes. A extração do amido da mandioca é uma maneira de conservar as características nutricionais da raiz, pois se trata de um produto em pó, apresentando baixa atividade de água e assim longo período de estocagem. Nesse sentido, objetivou-se estudar diferentes métodos de extração do amido, a partir dos resíduos de processamento, entrecasca e ponteiras, com uso de água, de solução de hidróxido de sódio 0,2%(m/v) e solução 10%(m/v) de oxalato de amônia/ácido oxálico (1:1), com emprego de planejamento fatorial, demonstrando as melhores condições para a extração. As amostras da mandioca, obtidas de um produtor local, foram adequadamente higienizadas para posteriormente ser realizado o processo de separação da entrecasca da mandioca. As extrações, acompanhadas pela determinação da composição centesimal do amido extraído, foram realizadas a partir da moagem dos resíduos, em liquidificador industrial, separadamente, em presença do solvente em estudo, que após decantação de 24 horas e peneiração, separa a fécula das fibras da mandioca e sujidades, passa pela etapa de secagem, em desidratadora com circulação de ar (Marconi) a temperatura de 40ºC, resultando no amido seco. As extrações, realizadas com a utilização da água como solvente, demonstraram que, tratando-se da entrecasca, obtém-se um produto com aspecto mais amarelado, e quando empregadas as ponteiras, o produto apresenta uma aparência esbranquiçada, muito próxima a do amido comercial. Logo, os resultados obtidos até o momento, demonstram que o emprego de resíduos dos processos de comercialização de mandioca congelada, como matéria prima para a extração de amido, é viável e representa uma rota tecnológica a ser estudada e empregada, uma vez que são considerados um material rico em amido. Diante disso, fica evidente, que a busca e experimentos, se fazem necessários, visto que é de extrema importância traçar rotas que sejam viáveis tecnicamente, possibilitando a sua viabilidade dentro de processos produtivos em larga escala, otimizando os processos desses resíduos, diminuindo os impactos causados ao meio ambiente, e consequentemente servindo de apoio e aprimoramento à busca de pesquisas futuras.
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ISSN 2764-2135