BIOPROSPECÇÃO DE BACTÉRIAS DE EFLUENTE INDUSTRIAL COM POTENCIAL DE DESCOLORAÇÃO DO CORANTE AZOICO TARTRAZINA
Resumo
A preocupação com a poluição ambiental é cada vez maior ao redor do mundo. Diariamente, são liberados no meio ambiente inúmeros contaminantes perigosos. Diversos ramos industriais, como o têxtil, farmacêutico, alimentício, curtumes, entre outros, utilizam corantes em seus processos de fabricação, sendo consideradas como as indústrias mais poluentes, com base no volume e na composição dos efluentes gerados. Um dos corantes sintéticos mais comumente utilizados pelas indústrias são os complexos Azo, que são compostos orgânicos que apresentam três grupos essenciais em suas moléculas: o cromóforo, o auxocromo e a matriz. O cromóforo, consiste em um grupos de átomos com uma ou mais insaturações e é o responsável por determinar a cor do corante. O auxocromo apresenta os grupos funcionais da molécula que determinam a solubilidade da substância e intensificam a ação do cromóforo e consequentemente a coloração do produto; e o cromógeno, a própria estrutura colorante, geralmente caracterizada por anéis aromáticos onde o cromógeno e o cromóforo estarão presentes. Quando descartados sem tratamento correto em cursos d’água podem causar diversos problemas ambientais, além de serem carcinogênicos, mutagênicos e fitotóxicos. A biorremediação mediada por microrganismos é considerada uma tecnologia de remediação com mais vantagens para recuperar ecossistemas quando comparada a outras tecnologias. As bactérias funcionam como agentes biológicos eficientes e baratos para biodegradar vários corantes Azo de águas residuais. Como parte dos objetivos de um estudo de biorremediação do corante azo tartrazina, foi realizado um screening das bactérias presentes em efluente de uma indústria de bebidas localizada na região do Vale do Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. O volume de 10 mL do efluente industrial foi acrescido a 90 mL de caldo nutriente contendo o corante alimentício tartrazina a 200 mg/L. As triplicatas dos meios foram incubados em condições estática, em estufa bacteriológica, e sob agitação em shaker (120 rpm), a 35ºC por 96 horas. A partir dos meios onde foi observada a descoloração da tartrazina foi feito o isolamento de bactérias presentes. Foi utilizada a técnica de diluição decimal seriada, cujas alíquotas foram semeadas em placas de ágar nutriente contendo o corante tartrazina e incubadas por 24 horas a 35ºC. Foram isoladas em cultura pura 12 bactérias cujas colônias apresentaram características morfológicas distintas. Cada bactéria foi identificada inicialmente pela técnica de coloração de Gram, para observação do formato, arranjo e reação tintorial das células. Foram encontradas apenas bactérias Gram positivas, em forma de bastonetes e sem arranjo específico. Concluiu-se, preliminarmente, que as bactérias isoladas são metabolicamente capazes de degradar o corante-alvo. Etapa subsequente de seleção da bactéria que melhor degrada a tartrazina, a diferentes concentrações, está sendo conduzida atualmente.
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ISSN 2764-2135