USO DA TERMOGRAFIA INFRAVERMELHA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE LESÕES EM ANIMAIS E DA QUALIDADE DE ENSILADOS

Alessandra Beatriz Braga da Silva, Bruna da Câmara Pinto, Renata Ferraz Ceretta, Roberta Oliveira Santos, Gilson Augusto Helfer, Adilson Ben da Costa

Resumo


Na medicina veterinária e na pecuária de precisão, está se tornando cada vez mais necessário o uso de técnicas inovadoras para facilitar o manejo de animais, identificar enfermidades e verificar os ensilados prontos para uso. Nesse contexto, surge a termografia no infravermelho, que vem sendo aplicada como ferramenta de diagnóstico, de prevenção e de conexão com característica de interesse clínico e/ou econômico. A detecção de processos inflamatórios ou sinais patológicos subclínicos antes de que a doença se torne evidente, consiste na aplicação do conceito de terapêutica de precisão. Fazendo uso de um método não invasivo para o tratamento animal. Ademais, o uso da termografia na identificação da qualidade dos ensilados, reduz o esforço manual do operador, o qual pode avaliar a partir das imagens dos ensilados os que estão em boas condições e separá-los para uso e/ou venda. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a aplicabilidade da termografia infravermelha na identificação e no acompanhamento de lesões em animais e na identificação da qualidade de silagens de milho. Para o monitoramento de lesões, foi selecionada uma égua de 42 meses de idade, com um rompimento parcial no ligamento. Durante o período de 5 dias, foram registradas imagens termográficas, utilizando uma câmera de infravermelho FLIR One Pro, da área lesionada, com o propósito de registrar a evolução do tratamento. Além disso, durante 3 dias, também foram adquiridas imagens de 10 sacos de 25 kg de silagem de milho, para identificação da qualidade do ensilado, especialmente em relação ao apodrecimento devido a perfuração das embalagens. No monitoramento da lesão do equino, as imagens termométricas permitiram identificar precisamente a região de lesão, no ligamento do pé e deste modo, efetuar com prontidão o início do tratamento. Contudo, após os 5 dias de acompanhamento, mesmo com o tratamento, não houve uma melhora na lesão, e, portanto, não se observou diferença nas imagens coletadas no decorrer dos dias. Em relação ao monitoramento dos sacos de silagem, a imagem termométrica permitiu diagnosticar a qualidade dos ensilados, identificando pontos de apodrecimento do conteúdo devido a infiltração de ar em orifícios das embalagens. O diagnóstico por termografia indicou o descarte de 2 sacos de silagem, correspondendo a 20% total de ensilados avaliado. Os resultados obtidos neste estudo, confirmam a premissa de que a termografia infravermelha é confiável para ser utilizada em animais e no controle de alimentos, facilitando as atividades de manejo nas propriedades rurais. Em virtude de não ter se conseguido obter a melhora na lesão do equino durante os o período de monitoramento, esta metodologia será continuada em outros casos clínicos. Com a continuidade dessa pesquisa, pretende-se desenvolver um software que identifique o estágio das lesões e qual a espera estimada para a cura do dano causado ao animal. Além disso, com o desenvolvimento do software pretende-se atender a demanda de fazendas produtoras de ensilados, identificando com eficácia o comprometimento dos ensilados utilizados na nutrição animal.

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ISSN 2764-2135