ASSOCIAÇÃO DA FREQUENCIA SEMANA DA PRATICA DE EXERCÍCIOS E O RITMO INTESTINAL ENTRE CONSUMIDORES OU NÃO DE SUPLEMENTOS PROTÉICOS

Mariana Lapa, Silvia Isabel Rech Franke, Patrícia Molz, Diene da Silva Schlickmann, Eduarda da Silva Limberger Castilhos, Munithele Moraes Eisenhardt

Resumo


Introdução: A prática de exercícios físicos está associada a diversos benefícios à saúde, dentre eles, o impacto positivo no ritmo intestinal. Aliado à prática de exercícios físicos, o consumo de suplementos proteicos tem se mostrado frequente, e seu uso está associado à manutenção de uma microbiota saudável bem como redução da inflamação do tecido intestinal. Objetivo: Avaliar a frequência semanal da prática de exercícios físicos em academias e associar com o ritmo intestinal a partir da escala de Bristol dos indivíduos que utilizam ou não suplementos proteicos. Metodologia: Estudo transversal, realizado com praticantes de exercícios físicos em academias da cidade de Santa Cruz do Sul/RS, no período de abril à junho de 2022. A amostra foi composta por indivíduos de ambos os sexos e idade mínima de 20 anos. A coleta dos dados foi realizada de forma on-line utilizando um questionário contendo questões demográficas (sexo e idade), frequência semanal da prática de exercícios físicos em academia, utilização de suplementos proteicos e a classificação do ritmo intestinal. A escala de Bristol foi disponibilizada em imagem no referido questionário para a avaliação do ritmo intestinal, classificando o aspecto das fezes em: i) tipo 1 (pequenos fragmentos duros), ii) tipo 2 (forma de salsicha com grumos), iii) tipo 3 (forma de salsicha com fissuras à superfície), iv) tipo 4 (forma de salsicha ou cobra, porém suaves e macias), tipo v) tipo 5 (fragmentadas, mas em pedaços bem definidos e macias), tipo vi) 6 (em pedaços esfarrapados) e tipo vii) tipo 7 (líquidas). As respostas obtidas da avaliação das fezes foram categorizadas em ritmo intestinal lento (tipo 1 e 2 da escala de Bristol), ritmo intestinal adequado, (tipo 3 e 4) e ritmo intestinal rápido (tipos 5, 6 e 7). Para as análises estatísticas, as classes de ritmo intestinal lento e rápido foram consideradas como ritmo intestinal inadequado. As análises estatísticas foram realizadas através do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão 23.0 IBM, Armonk, NY), utilizando o teste de Exato de Fisher com nível de significância de p<0,05. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC (parecer 5.121.729), CAAE 53004021.9.0000.5343. Resultados: O estudo foi integrado por 80 praticantes de academia, com idade média 33,7±11,7 anos, sendo 63,8% do sexo feminino. O uso de suplementos alimentares foi reportado por 43,8% da amostra, com prevalência do sexo masculino (54,3%; p=0,005). Verificou-se também que a maior parte dos participantes que consumia suplementos se exercitava por 4 ou mais vezes na semana (80,0%; p=0,005). A maioria dos indivíduos apresentou ritmo intestinal adequado (78,8%), sem associação com o consumo de suplementos (p=0,789). Por outro lado, o uso de suplementos associou-se significativamente com a frequência semanal e o ritmo intestinal adequado (p=0,017), mas não com o ritmo intestinal inadequado (p=0,335). Nesse contexto, pode-se inferir que a maioria dos indivíduos que usava suplementos e se exercitava por 4 ou mais vezes na semana tinham ritmo intestinal adequado (81,5%). Conclusão: Os resultados deste estudo mostram que praticantes de exercícios físicos em academias que fazem o uso de suplementos apresentaram predominantemente ritmo intestinal adequado, sendo que, quanto maior a frequência semanal da prática de exercícios, maior a parcela dos indivíduos com ritmo intestinal adequado.


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ISSN 2764-2135