CÂNCER DE PELE NO TRABALHO NA AGRICULTURA: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO

Tainá Luize Zuge Pfeifer, Danieli Beatriz Hirsch, Ana Carolina Bienert, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Introdução: A fotoexposição excessiva no trabalho relaciona-se, com mais ênfase, aos trabalhadores de áreas externas e que não apresentam abrigo contra os raios solares, o que contribui para maiores chances no desenvolvimento de doenças ocupacionais. No câncer relacionado ao trabalho, os fatores e condições ocupacionais contribuem diretamente para o desenvolvimento das células cancerígenas. O trabalhador rural, atua geralmente em serviços braçais na agricultura, sofre exposição direta aos raios ultravioletas por longos períodos, apresentando tendência a desenvolver o câncer de pele ocupacional.  Objetivo: Investigar aspectos relacionados ao câncer de pele ocupacional em trabalhadores rurais que apresentam fotoexposição no Estado do Rio Grande do Sul. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura. A busca de dados foi realizada nas plataformas Google Acadêmico e SciELO, com descritos referentes a “Câncer de pele ocupacional”, “incidência” e “Rio Grande do Sul”. Foram utilizados artigos disponíveis em língua portuguesa com acesso gratuito, bem como registros de leis, sites e outras mídias complementares, compreendidas entre 2015 a 2021, sendo desenvolvido no módulo de Enfermagem na Atenção à Saúde Mental e do Trabalhador do Curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul. Principais resultados: A multifatorialidade do processo de carcinogênese, onde as alterações unicelulares desencadeiam o processo de mutação, no câncer ocupacional, se manifestam por períodos exacerbados de exposição ao agente causador. Os cânceres de pele são classificados em melanoma e não melanoma, sendo o não melanoma o de maior incidência, segundo os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) a perspectiva nacional de casos anuais para o período de 2020 a 2022 é de 83.770 para homens e 93.170 para mulheres. Com todas as adversidades enfrentadas no campo e na lavoura pelos trabalhadores rurais, a saúde e os cuidados são banalizados pelos mesmos. Com o intuito de promover a prevenção e promoção da saúde, o governo do Rio Grande do Sul sancionou a Lei n° 13.469, de junho de 2010, que visa prevenir o combate às doenças relativas à exposição solar, a lei abrange além de trabalhadores rurais, pescadores e aquicultores, onde foi instituído o Programa de Prevenção ao Câncer de Pele. O programa, além de distribuir protetores solares a trabalhadores rurais da agricultura familiar, tem como meta a informação, a educação e acesso aos conhecimentos sobre o tema, por meio de ações educativas, orientando assim as formas de prevenção, formas de cuidado com a pele e auxiliando os trabalhadores rurais a identificar as características de um possível câncer de pele já existente. Tendo em vista que os trabalhadores rurais efetuam uma jornada de trabalho longa e não conseguem respeitar efetivamente as recomendações do INCA ou da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que orientam como horários mais seguros de exposição solar, sendo as medidas preventivas fundamentais para reduzir a perspectiva de novos casos. Conclusões: Sendo o câncer relacionado ao trabalho um tema complexo, são fundamentais as atividades educativas, de forma a proporcionar conhecimento para identificação dos riscos e fatores modificáveis no cotidiano de trabalho rural, direcionando ações conjuntas com as precauções necessárias.

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ISSN 2764-2135