GRUPO SAÚDE PREVENTIVA: ANÁLISE COMPARATIVA DO PERFIL GLICÊMICO DE IDOSOS COM DIABETES MELLITUS EM ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL ANTES E APÓS A PANDEMIA SARS-COV-2
Resumo
Introdução: A pandemia de COVID-19 ocasionou complicações não somente na saúde física, como também no aspecto social, econômico, emocional e cultural da população. Uma dessas complicações vem a ser o impacto no cuidado de pessoas com doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como a diabetes, ocasionado pela diminuição da oferta de serviços relacionados à saúde durante este período. A Diabetes Mellitus (DM) trata-se de um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas, determinado por quadros de hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas, decorrentes de defeitos na secreção ou ação do hormônio insulina. Com o envelhecimento da população somado à crescente prevalência da obesidade e sedentarismo, tais situações corroboram para elevar os riscos e desestabilizar os níveis de glicose no sangue. Nesse sentido, o controle glicêmico adequado é essencial para prevenir ou retardar as complicações provenientes deste distúrbio metabólico. Objetivo: Realizar uma análise comparativa do perfil glicêmico de idosos diabéticos em acompanhamento ambulatorial no período antecedente e posterior a pandemia do SARS-CoV-2, verificando a importância do controle e monitoramento contínuo da DM nesse público. Método: Estudo transversal, realizado no Grupo Saúde Preventiva, com idosos entre 65 e 90 anos, de ambos os sexos, em acompanhamentos mensais no serviço de saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul. Para a análise de dados, foram utilizados os valores da glicose sanguínea obtidos pelo Hemoglicoteste (HGT) do último acompanhamento em novembro de 2019 e do primeiro acompanhamento após o retorno às atividades presenciais em março de 2022. Os valores foram tabulados em três faixas glicêmicas, sendo elas: <130 mg/dl - dentro do esperado, de 130 a 180 mg/dl - acima do esperado e >180 mg/dL - muito acima do esperado. Resultados: No ano de 2019, foram avaliados 31 idosos, sendo 22 mulheres e 9 homens, enquanto em 2022 participaram 21 idosos, sendo 16 mulheres e 5 homens. Os resultados do HGT mostraram que 61,29% dos idosos em 2019 estavam com glicose <130 mg/dL, enquanto em 2022, 71,43% se encontravam neste parâmetro. Em 2019, 12,90% dos idosos estavam entre 130 a 180 mg/dL, já em 2022, 19,05% estavam neste parâmetro. Por fim, em 2022, 9,52% dos idosos estavam acima de 180 mg/dL, enquanto em 2019 nenhum se encontrou neste parâmetro. Conclusão: Quando comparados os resultados dos respectivos anos, antes e após a pandemia, percebe-se que após a pandemia houve um considerável aumento no percentual de idosos com a diabetes descompensada (>130-180 mg/dL). Nesse sentido, o acompanhamento ambulatorial realizado pelo serviço de saúde mostrou-se essencial para o monitoramento e controle da glicemia dos idosos, sendo considerado crucial para a promoção da qualidade de vida no envelhecimento. O cuidado com esse público exige a oferta de consultas, exames e procedimentos agendados periodicamente, sendo assim, a paralisação de serviços pode ter ocasionado repercussões no manejo adequado. Doenças crônicas como a DM, com grande risco de descompensação, podem manifestar uma piora exacerbada quando não manejadas adequadamente e até causar sérios riscos para a saúde dos idosos.
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ISSN 2764-2135