ANÁLISE DO PERFIL DE GESTANTES SOROPOSITIVAS PARA O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
Introdução: A soropositividade em relação ao HIV passou por ressignificações no decorrer dos anos, mudando sua configuração epidemiológica. As taxas de infecção pelo vírus tornaram-se crescentes no que se refere às mulheres, o que ocasionou aumento no número de puérperas com a doença, especialmente no estado do Rio Grande do Sul (RS). Objetivo: Descrever o perfil das gestantes que vivem com HIV no RS. Metodologia: Revisão narrativa da literatura, a partir da seleção de artigos nas bases de dados Google Acadêmico, PubMed, SciELO e LILACS. Como descritores, utilizou-se: "HIV", "Aids", "gestantes", "epidemiologia" e "Rio Grande do Sul". Obras em duplicidade, que não mostravam relevância ou que não respondiam à questão definida foram excluídas. Assim, 7 trabalhos foram selecionados e discutidos ao longo do texto. Principais resultados: A partir dos diferentes estudos, constatou-se dados relativos à quatro cidades gaúchas: Santa Maria (3), Cruz Alta (1), Passo Fundo (1), Santa Cruz do Sul (1) e Porto Alegre (1). A faixa etária média das mulheres soropositivas varia entre 21 e 35 anos. No que se refere à raça/etnia, aproximadamente 81% denominaram-se brancas e 19% de outras raças.. De 8.848 mulheres 81,5% possuem ensino fundamental, de forma parcial ou total, enquanto 3% ensino médio, total ou parcial, e 15,5% chegaram ao ensino superior de forma parcial ou total. A situação conjugal dessas mulheres revela que 77,6% se encontram em união estável e 22,4% possuem múltiplos parceiros ou sem união estável. Das mulheres infectadas por HIV no Estado, 36,7% tiveram apenas uma gestação, 31% duas e 32,46% gestaram 3 ou mais vezes. Outrossim, resultados sobre o período da descoberta da infecção por HIV também foram encontrados durante pesquisa, os quais revelaram que de 8.672 soropositivas, 58,56% já possuíam conhecimento sobre o diagnóstico antes de engravidarem e 41,44% descobriram a soropositividade durante a gestação. A manutenção da Terapia Antirretroviral (TARV) revelou que a administração regular da TARV ocorre para 83,7% e a ausência desta em 16,3% dos casos. Por fim, avaliou-se o acompanhamento pré-natal adequado constatando-se que em apenas 20% das gestações analisadas esse procedimento não sucedeu, e em 80% houve auxílio pré-natal satisfatório com as gestantes imunodeficientes. Conclusões: A partir da análise feita, mesmo que os dados obtidos possam apresentar interferências culturais, regionais e geográficas, eles refletem de forma geral que se faz necessária o fortalecimento de políticas públicas para reduzir tanto a contaminação das mulheres quanto às taxas de transmissão vertical, tendo como objetivo mitigar a epidemia de Aids no estado. Ademais, ressalta-se também a importância de práticas de educação sexual e maior qualificação de atendimento nas Unidades de Saúde.
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ISSN 2764-2135