ANÁLISE SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FORMAÇÃO MÉDICA E SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBTQIA+
Resumo
Introdução: A população LGBTQIA+ configura um grupo social marginalizado na sociedade. Os diversos obstáculos aos quais são expostos cotidianamente promovem vulnerabilidades e negligências sociais, inclusive relacionadas à atenção à saúde. Dessa forma, são comuns equívocos cometidos por profissionais durante atendimentos realizados junto a esses usuários do sistema de saúde. Portanto, a temática deve ser problematizada no campo da educação profissional em saúde, mais precisamente, no que se refere à educação médica. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo tensionar o lugar da educação e da docência médica em relação às práticas de saúde direcionadas a essas pessoas. Metodologia: Este trabalho foi composto a partir de revisão narrativa da literatura disponível nas bases de dados SciELO e Google Acadêmico, por meio de análise qualitativa da literatura selecionada. Os seguintes descritores foram utilizados durante a pesquisa: "saúde da população LGBTQIA+", "educação médica", "formação médica", "docência médica''. Dos 202 textos encontrados, 186 foram excluídos a partir dos critérios de exclusão, quais sejam, artigos publicados antes de 2018, artigos restritos, artigos escritos em língua estrangeira e que não se relacionam à temática abordada. Ao final, foram selecionados dezesseis artigos para a composição do estudo. Resultados e discussão: A partir da análise dos trabalhos selecionados, destaca-se a invisibilidade de dados que orientem melhores práticas profissionais e fortaleçam as políticas públicas direcionadas ao grupo. Ademais, observa-se que a população LGBTQIA+ é comumente marginalizada na atenção à saúde, devido a práticas profissionais inadequadas. Como causa, a formação médica se destaca, tanto pelos currículos que envolvem as escolas médicas quanto pelas práticas docentes que desconsideram o assunto. A garantia de atenção à saúde adequada pode promover melhorias acerca das experiências vividas pela população LGBTQIA+. O suporte sanitário deve considerar demandas específicas dessa população, especialmente relacionadas à promoção da saúde em lugar das frequentes investigações sobre infecções sexualmente transmissíveis. A educação e a docência médica devem ser transformadas de modo a assegurar que profissionais da Medicina atuem adequadamente junto à população LGBTQIA+. Conclusão: A falta de dados consistentes sobre a população em discussão prejudica políticas públicas e práticas de saúde. Associado a isso, o tema recebe pouca atenção em cursos de educação médica, fato que indica a necessidade de mudanças nos currículos e nas ações didáticas de docentes.
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ISSN 2764-2135