ANÁLISE SOBRE A RELAÇÃO ENTRE FORMAÇÃO MÉDICA E SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBTQIA+

Gabriel Couto Machado, Henrique Ziembowicz, Rafaela Manetti Geisler, Marcelo Felipe Paul, Isadora Fussiger Theissen, Janaína Carine Beling, Daniela Cardoso Batista, Carina Louise Drescher, Isabella Frighetto, Camilo Darsie de Souza

Resumo


Introdução: A população LGBTQIA+ configura um grupo social marginalizado na sociedade. Os diversos obstáculos aos quais são expostos cotidianamente promovem vulnerabilidades e negligências sociais, inclusive relacionadas à atenção à saúde. Dessa forma, são comuns equívocos cometidos por profissionais durante atendimentos realizados junto a esses usuários do sistema de saúde. Portanto, a temática deve ser problematizada no campo da educação profissional em saúde, mais precisamente, no que se refere à educação médica. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo tensionar o lugar da educação e da docência médica em relação às práticas de saúde direcionadas a essas pessoas. Metodologia: Este trabalho foi composto a partir de revisão narrativa da literatura disponível nas bases de dados SciELO e Google Acadêmico, por meio de análise qualitativa da literatura selecionada. Os seguintes descritores foram utilizados durante a pesquisa: "saúde da população LGBTQIA+", "educação médica", "formação médica", "docência médica''. Dos 202 textos encontrados, 186 foram excluídos a partir dos critérios de exclusão, quais sejam, artigos publicados antes de 2018, artigos restritos, artigos escritos em língua estrangeira e que não se relacionam à temática abordada. Ao final, foram selecionados dezesseis artigos para a composição do estudo. Resultados e discussão: A partir da análise dos trabalhos selecionados, destaca-se a invisibilidade de dados que orientem melhores práticas profissionais e fortaleçam as políticas públicas direcionadas ao grupo. Ademais, observa-se que a população LGBTQIA+ é comumente marginalizada na atenção à saúde, devido a práticas profissionais inadequadas. Como causa, a formação médica se destaca, tanto pelos currículos que envolvem as escolas médicas quanto pelas práticas docentes que desconsideram o assunto. A garantia de atenção à saúde adequada pode promover melhorias acerca das experiências vividas pela população LGBTQIA+. O suporte sanitário deve considerar demandas específicas dessa população, especialmente relacionadas à promoção da saúde em lugar das frequentes investigações sobre infecções sexualmente transmissíveis. A educação e a docência médica devem ser transformadas de modo a assegurar que profissionais da Medicina atuem adequadamente junto à população LGBTQIA+. Conclusão: A falta de dados consistentes sobre a população em discussão prejudica políticas públicas e práticas de saúde. Associado a isso, o tema recebe pouca atenção em cursos de educação médica, fato que indica a necessidade de mudanças nos currículos e nas ações didáticas de docentes.

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ISSN 2764-2135