MONITORAMENTO DE ZOONOSES PARASITÁRIAS TRANSMITIDAS POR CÃES E GATOS NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Resumo
As populações de cães e gatos domiciliados, semi domiciliados e errantes vêm aumentando a cada ano. Isto acontece devido à reestruturação familiar, que fez com que os animais passassem a ser parte integrante das famílias, aumentando o contato íntimo entre humano e animal. Ao mesmo tempo, cães e gatos são os principais transmissores de infecções zoonóticas, servindo como reservatório e transportadores, visto que, entre os mais de 1.400 patógenos humanos conhecidos, 58% deles são de origem zoonótica. À medida que a população dos animais aumenta, a ocorrência de zoonoses como Ancylostoma, Toxocara e Toxascaris aumenta proporcionalmente. Neste contexto, as praças públicas representam um local de intenso movimento de pessoas e animais e por isso, elas se tornam uma fonte de infecção, uma vez que, ao defecar no solo, ocorre a colocação dos parasitas no meio ambiente. A importância e o impacto das zoonoses na saúde pública torna essencial a realização de estudos que definam sua ocorrência, com isso, o objetivo deste trabalho foi analisar, nas amostras fecais de cães e gatos colhidas em doze praças públicas do Município de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, a presença de parasitos zoonóticos, através da utilização da técnica de Willis-Mollay modificada e da técnica de Baermann modificada. Com 101 amostras coletadas, constatou-se a presença de helmintos em 20% delas, estando presente em sete das doze praças analisadas, correspondendo a 58% das localidades, com destaque para os parasitas do gênero Ancylostoma, que esteve presente em quatro praças. Toxocara, Toxascaris, Trichuris, Strongyloides e Dipylidium caninum também foram detectados, porém em menor prevalência. A baixa porcentagem de helmintos encontrados corresponde com os dados de outros autores, no entanto, mesmo em menor número, constatou-se a sua presença em mais da metade dos locais pesquisadas, ou seja, mesmo em baixa frequência, a presença de parasitas nas praças expõe a população ao risco de infecção zoonótica. A baixa proporção de helmintos encontrados pode ocorrer devido à escolha do material de amostragem - fezes situadas no chão - e também devido à época do ano, visto que fatores climáticos como, temperatura, umidade, presença de sol, chuva ou vento, podem influenciar na visualização dos helmintos. Os resultados obtidos, demonstraram a necessidade de medidas efetivas de saúde pública como controle da população canina e felina com acesso às praças e também educação sanitária aos usuários através da confecção de material educativo.
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ISSN 2764-2135