EVENTOS TROMBOGÊNICOS EM NEONATOLOGIA: UM ESTUDO DE CASO ACERCA DA TROMBOSE VENOSA DO SEIO DURAL CEREBRAL

Marcos Vinicios Stahler Pires, Ezequiel Servegnini Nunes, Ingre Paz

Resumo


Introdução: O mecanismo homeostático dos recém-nascidos (RNs) é diferenciado, visto que as proteínas de coagulação não transferem-se para a placenta, sendo que os fatores dependentes de vitamina K e de contato mostram-se diminuídos em RNs a termo em relação aos parâmetros do adulto, aproximadamente 50% do normal. Assim, os neonatos apresentam 40 vezes mais chance de desenvolver eventos trombogênicos. A trombose de venosa de seio dural (TVSD) ocorre quando um trombo suscita a oclusão da passagem do sangue venoso, dificultando a drenagem sanguínea. A sintomatologia varia de cefaleia, convulsões focais e gerais a alteração do estado de consciência e o tratamento com heparina é objeto constante de debate na comunidade científica. Objetivo: Verificar na literatura científica existente o tema "trombose de venosa de seio dural" em neonatos e suas principais complicações e identificar o papel do enfermeiro frente ao recém-nascido acometido por esta enfermidade, correlacionando com os dados obtidos. Metodologia: Estudo com abordagem tipo estudo de caso, realizado em uma unidade fechada de um hospital escola do interior do Estado do Rio Grande do Sul, ao longo da disciplina de Prática Clínica de Enfermagem em Saúde da Criança e do Adolescente II do Curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) ocorrida no período de março a julho 2022. A coleta de dados deu-se durante a assistência ao RN, apropriando-se de informações registradas no prontuário e de entrevista com familiares sob autorização. Para a construção, utilizou-se de artigos encontrados nas bases Google Acadêmico e SciELO e no portal BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Principais resultados: Neonato com 11 dias de vida, mãe B24 com carga viral indetectável (23/03/2022), em uso de Terapia Antirretroviral (TARV), baixa exposição ao B24. Gestação a termo 40+5 dias. APGAR 9/10. Comprimento: 50,5 cm. PC (perímetro cefálico): 34 cm. PT (perímetro torácico): 35 cm. Peso ao nascer: 3.985 kg. Clinicamente, apresentou crise convulsiva no dia 11/05 no alojamento conjunto e precisou receber dois anticonvulsivantes. A angiotomografia evidenciou trombose venosa no seio dural cerebral. Iniciou-se com terapia de anticoagulação, suspensa no dia 16/05 e recomeçada no dia 17/05, conforme resultados do KTTP (Tempo de tromboplastina parcialmente ativada). O paciente fazia uso de Heparina 25.000 UI em bomba de seringa e de outros medicamentos. Para a sistematização da assistência de enfermagem, foi utilizada a North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) 2018-2020, como padronização para os diagnósticos: risco de paternidade ou maternidade prejudicada relacionada a separação prolongada dos pais; amamentação interrompida; risco de sangramento; risco de infecção relacionada a alteração da integridade; risco de aspiração relacionado a conhecimento insuficiente sobre os fatores modificáveis; risco de desequilíbrio eletrolítico relacionado à volume de líquidos deficiente e também excessivo. Conclusão: Constata-se a necessidade de ampliar as discussões a respeito dos problemas trombogênicos em neonatologia, os aspectos que os permeiam, as repercussões na vida do RN. A participação do enfermeiro é essencial na assistência, por meio de uma investigação adequada sobre o caso, da prescrição de cuidados de enfermagem específicos, do planejamento e realização de intervenções de enfermagem, visando a promoção da saúde e recuperação desse neonato.


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ISSN 2764-2135