IMPORTÂNCIA DA MEDIDA DO ESPAÇO MORTO DAS INTERFACES DE VENTILAÇÃO NÃO-INVASIVA SOBRE A RETENÇÃO DE GÁS CARBÔNICO

Bruna Eduarda Diehl, Ana Carolina Severo, Tiago da Rosa Rambo, Jéssica Luiza Pedroso da Silva, Maria Eduarda Lara de Oliveira, Eduarda Chaves Silveira, Fabiana Rafaela Santos de Mello, Nicolas de Almeida Ziemann, Eliezer Henker, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


RESUMO

Introdução: A ventilação não-invasiva (VNI) consiste em uma estratégia terapêutica que incrementa os volumes e capacidades pulmonares sem a utilização de prótese traqueal (tubo traqueal ou cânula de traqueostomia) e que tem comprovada eficácia em combater a redução da pressão parcial de oxigênio (hipoxemia) e promover a reexpansão pulmonar, sendo amplamente utilizada na insuficiência respiratória aguda, objetivando principalmente evitar a intubação orotraqueal. Tal modalidade de ventilação pode ser utilizada por meio de  diferentes interfaces como a máscara orofacial convencional e, com o advento da pandemia da Covid-19, foi necessária a criação de novas interfaces de VNI que reduzissem a aerossolização e a maior propagação do vírus SARS-CoV-2 ao ambiente, tendo o Grupo Mergulhadores do Bem, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), adaptado uma máscara de mergulho para a ventilação não-invasiva (máscara Owner). O tamanho da área da máscara de VNI pode influenciar na eliminação de gás carbônico (CO2) e, há poucos relatos na literatura sobre esse aspecto tão relevante. Assim, faz-se necessário investigar o tamanho do seu espaço morto e de que modo o mesmo pode afetar na eliminação do CO2. Objetivo: Realizar análise comparativa do espaço morto e dos níveis de CO2 expirado com o uso da máscara Owner e da máscara orofacial convencional. Método: Estudo experimental de bancada realizado no laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar da UNISC e na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul - RS, que avaliou o espaço morto da máscara Owner e da máscara orofacial convencional e os níveis de pressão parcial de CO2 expirado (PETCO2) durante o uso das mesmas. Para a medida do espaço morto de ambas as interfaces foi realizado o preenchimento da totalidade da área das mesmas com esferas de amido. Foi realizado o cálculo do espaço morto de cada máscara em litros, sendo realizadas três medidas e a média aritmética para obtenção do valor final. A pressão parcial de CO2 expirado (PETCO2) foi obtida por meio de capnografia adaptada ao ventilador mecânico (SERVO-S (Maquet Critical Care, São Paulo, Brasil), sendo a VNI instituída em modo de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP - Continuos Positive Airway Pressure) com o indivíduo adaptado à máscara Owner e à máscara orofacial convencional. Resultados: O espaço morto mensurado na máscara Owner foi de 0,86 litros e, na máscara orofacial foi de 0,13 litros. O PETCO2 obtido com o uso de ambas as interfaces foram semelhantes e variou entre 35 a 38 mmHg. Conclusão: Foi evidenciado que, apesar da máscara Owner apresentar maior espaço morto em relação à máscara orofacial convencional, a PETCO2 foi homogênea com o uso de ambas as interfaces e, que tal achado possibilitará o avanço dos estudos sobre a efetividade e segurança da máscara de mergulho adaptada. Palavras chaves: Ventilação não Invasiva, COVID-19, Dióxido de Carbono 



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ISSN 2764-2135