ASSOCIAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES E AS VARIÁVEIS DE HÁBITOS DE VIDA E DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DE PRATICANTES DE ACADEMIAS
Resumo
Introdução: A prática de exercícios físicos em academias tem ganhado cada vez mais adeptos, com foco na melhora da saúde e da estética. Associado à isso, os praticantes de exercícios físicos têm buscado também por suplementos alimentares, com propósito de alcançar de forma mais rápida seus objetivos. Objetivo: Comparar e associar os tipos de suplementos alimentares utilizados por praticantes de exercícios físicos em academias, brasileiros e espanhóis, com as variáveis de hábitos de vida e da prática de exercícios físicos. Metodologia: Pesquisa transversal, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (parecer 3.267.789). Participaram do estudo, praticantes de academias de Santa Cruz do Sul/Brasil e Madrid/Espanha com idade >18 anos e de ambos os sexos. Aplicou-se um questionário online para avaliar as variáveis demográficas, de estilo de vida e da prática de exercícios físicos em academias. O consumo ou não de suplementos alimentares também foi questionado e as respostas foram categorizadas como “não utilizavam”, “suplementos proteicos” e “outros tipos”. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão 23.0 IBM, Armonk, NY), utilizando análise qui-quadrado de Pearson e nível de significância de p<0,05. Resultados: Participaram da pesquisa 163 indivíduos (93 brasileiros e 67 espanhóis) com prevalência do sexo feminino (50,9%). O uso de suplementos diferiu entre os países (p=0,022), sendo mais reportado pelos espanhóis (40,3%) quando comparado aos brasileiros (25,0%). Verificou-se diferença entre o sexo e o tipo de suplemento utilizado pelos espanhóis (p=0,004). Entre os espanhóis, a maioria das mulheres reportaram não consumir suplementos (82,8%), enquanto 33,8% dos homens faziam uso de suplementos proteicos. Por outro lado, observou-se diferença entre o tipo de suplementos e idade (p=0,042), estado civil (p<0,001), escolaridade (p=0,007), consumo de álcool (p=0,049) e frequência semanal da prática esportiva (p=0,039) dos brasileiros. No Brasil, o consumo de suplementos proteicos foi maior entre os indivíduos entre 31 a 50 anos e para outros tipos de suplementos a maioria tinha idade superior a 50 anos (60,0%). Ademais, a maioria dos brasileiros eram casados, tinham ensino superior completo e faziam uso de bebidas alcoólicas, mas não faziam uso de suplementos (58,3%, 65,3% e 75.0%, respectivamente). A maioria dos indivíduos que frequentava a academia de 4-5 vezes por semana não usavam suplementos ou faziam uso de suplementos proteicos (40,3% e 57,1%, respectivamente), já os indivíduos que faziam uso de outros tipos de suplementos frequentavam até 3 vezes por semana a academia (40,0%). Os praticantes de ambos os países diferiram quanto à satisfação do peso corporal (p=0,010 Brasil e p=0,008 Espanha), sendo mais prevalente o desejo de diminuir de peso associado a não utilização de suplementos (65,3 e 50,0%). Conclusão: Brasileiros e espanhóis que consumiam suplementos proteicos apresentaram perfis semelhantes quanto às variáveis de estilo de vida. Ademais, entre os brasileiros o estado de saúde bom/excelente está associado ao consumo de suplementos proteicos, entre os espanhóis o bom estado de saúde não está associado ao consumo de suplementos. Os espanhóis estão mais satisfeitos com o peso corporal do que os brasileiros. O consumo de álcool é mais prevalente entre brasileiros que não consomem suplementos.
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ISSN 2764-2135