ASSOCIAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES E AS VARIÁVEIS DE HÁBITOS DE VIDA E DA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DE PRATICANTES DE ACADEMIAS

Eduarda da Silva Limberger Castilhos, Diene da Silva Schlickmann, Gabriela Cristina Uebel, Patrícia Molz, Munithele Moraes Eisenhardt, Mariana Gabriela Lapa dos Santos, Silvia Isabel Rech Franke

Resumo


Introdução: A prática de exercícios físicos em academias tem ganhado cada vez mais adeptos, com foco na melhora da saúde e da estética. Associado à isso, os praticantes de exercícios físicos têm buscado também por suplementos alimentares, com propósito de alcançar de forma mais rápida seus objetivos. Objetivo: Comparar e associar os tipos de suplementos alimentares utilizados por praticantes de exercícios físicos em academias, brasileiros e espanhóis, com as variáveis de hábitos de vida e da prática de exercícios físicos. Metodologia: Pesquisa transversal, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul (parecer 3.267.789). Participaram do estudo, praticantes de academias de Santa Cruz do Sul/Brasil e Madrid/Espanha com idade >18 anos e de ambos os sexos. Aplicou-se um questionário online para avaliar as variáveis demográficas, de estilo de vida e da prática de exercícios físicos em academias. O consumo ou não de suplementos alimentares também foi questionado e as respostas foram categorizadas como “não utilizavam”, “suplementos proteicos” e “outros tipos”. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, versão 23.0 IBM, Armonk, NY), utilizando análise qui-quadrado de Pearson e nível de significância de p<0,05. Resultados: Participaram da pesquisa 163 indivíduos (93 brasileiros e 67 espanhóis) com prevalência do sexo feminino (50,9%). O uso de suplementos diferiu entre os países (p=0,022), sendo mais reportado pelos espanhóis (40,3%) quando comparado aos brasileiros (25,0%). Verificou-se diferença entre o sexo e o tipo de suplemento utilizado pelos espanhóis (p=0,004).  Entre os espanhóis, a maioria das mulheres reportaram não consumir suplementos (82,8%), enquanto 33,8% dos homens faziam uso de suplementos proteicos. Por outro lado, observou-se diferença entre o tipo de suplementos e idade (p=0,042), estado civil (p<0,001), escolaridade (p=0,007), consumo de álcool (p=0,049) e frequência semanal da prática esportiva (p=0,039) dos brasileiros. No Brasil, o consumo de suplementos proteicos foi maior entre os indivíduos entre 31 a 50 anos e para outros tipos de suplementos a maioria tinha idade superior a 50 anos (60,0%). Ademais, a maioria dos brasileiros eram casados, tinham ensino superior completo e faziam uso de bebidas alcoólicas, mas não faziam uso de suplementos (58,3%, 65,3% e 75.0%, respectivamente). A maioria dos indivíduos que frequentava a academia de 4-5 vezes por semana não usavam suplementos ou faziam uso de suplementos proteicos (40,3% e 57,1%, respectivamente), já os indivíduos que faziam uso de outros tipos de suplementos frequentavam até 3 vezes por semana a academia (40,0%). Os praticantes de ambos os países diferiram quanto à satisfação do peso corporal (p=0,010 Brasil e p=0,008 Espanha), sendo mais prevalente o desejo de diminuir de peso associado a não utilização de suplementos (65,3 e 50,0%). Conclusão: Brasileiros e espanhóis que consumiam suplementos proteicos apresentaram perfis semelhantes quanto às variáveis de estilo de vida. Ademais, entre os brasileiros o estado de saúde bom/excelente está associado ao consumo de suplementos proteicos, entre os espanhóis o bom estado de saúde não está associado ao consumo de suplementos. Os espanhóis estão mais satisfeitos com o peso corporal do que os brasileiros. O consumo de álcool é mais prevalente entre brasileiros que não consomem suplementos.

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ISSN 2764-2135