Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc

O uso de medicamentos entre os adultos jovens, que geralmente caracterizam a população universitária, é uma prática comum e a prescrição médica contribui de forma significativa para o consumo. Medicamentos de uso contínuo são comumente indicados para condições crônicas e são frequentemente usados ??por um longo período, sem data definida para cessar o uso. Um melhor conhecimento sobre a saúde do estudante universitário pode ser obtido a partir da caracterização do consumo de medicamentos por este público. O presente trabalho teve como objetivo determinar a prevalência da utilização de medicamentos de uso contínuo em estudantes do ensino superior. Este estudo caracteriza-se como transversal e faz parte do projeto intitulado “Monitoramento da prevalência de SARS-CoV-2 em estudantes do ensino superior presencial da Universidade de Santa Cruz do Sul”. A pesquisa foi dividida em 2 etapas, durante o segundo semestre de 2021, onde os participantes foram selecionados através de um sorteio aleatório entre os estudantes em aulas presenciais na Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), em que estes responderam um questionário autoaplicável. No período em que ocorreu o estudo, estavam em aulas presenciais os estudantes de disciplinas até o quinto semestre e os matriculados em atividades práticas dos cursos, sendo principalmente os cursos da área da saúde, na maior parte o curso de medicina. Após a análise dos dados, obteve-se uma amostra de 893 participantes, sendo que houve maior prevalência do sexo feminino (70,77%), a média de idade foi de 22,4 anos e 72,12% cursavam alguma graduação da área da saúde. A prevalência da utilização de medicamentos de uso contínuo foi de 31,53% entre os universitários de diversos cursos de graduação. O sexo feminino mostrou-se mais prevalente devido ao uso de anticoncepcionais orais. Entre os indivíduos que utilizavam medicamento contínuo, a maior prevalência foram os medicamentos indicados para o sistema nervoso (1º nível da ATC grupo N) que contabilizaram 45,69% da amostra. Entre as classes de medicamentos, os mais frequentes foram os psicoanalépticos (32,40%), anticoncepcionais orais (27,94%) e terapia da tireoide (5,83%). Concluiu-se que a utilização de medicamentos de uso contínuo foi frequente entre os estudantes, sendo os indicados para o sistema nervoso os mais prevalentes. Os dados obtidos na pesquisa podem ser utilizados para a proposição de estratégias de promoção de saúde mental no meio acadêmico.