LESÕES DE BAÇO EM TRÊS CANINOS: RELATO DE CASO

Thalia Schirrmann de Moraes, Riane Rodrigues Klafke, Karla Puntel Rosa, Michele Berselli, Adelina Rodrigues Aires, Camila Amaral D Avila

Resumo


O baço é um órgão que possui função de filtrar o sangue, participa na produção de linfócitos, plasmócitos e remove hemácias velhas. Participa e atua nos sistemas linfático, imunológico, circulatório e hematopoiéticas. As lesões que acometem o baço podem ser de origem inflamatória, circulatória, hematológica ou neoplásica. Objetivo: Apresentar casos de lesões no baço em caninos que foram atendidos no Hospital Veterinário da Universidade de Santa Cruz do Sul. Resultados: Três pacientes caninos foram designados a esplenectomia, após passar por atendimento clínico e exames complementares, como ultrassonografia, laparotomia e punção, que indicaram possível alteração esplênica. Os sinais clínicos consistiam em apatia, hiporexia, anemia e fraqueza, todos sinais inespecíficos. Dois cães tinham raça definida de porte grande, sendo um pit bull e uma rottweiler, e um animal era sem raça definida. As idades variaram de 6 a 9 anos, não diferindo do encontrado na literatura. Com base no histórico clínico e lesões encontradas, os baços foram encaminhados para avaliação anatomopatológica. Na análise macroscópica e histopatológica, dois baços apresentaram lesões nodulares em um terço do órgão e um baço apresentou lesões nodulares brancacentas múltiplas de tamanhos variados por todo o órgão, portanto, a análise microscópica se fez necessária para determinar a natureza das lesões. Através da análise histológica, um animal apresentou hematoma esplênico identificado por congestão e hemorragia, com formação de trombo organizado e tecido de granulação. No entanto, a remoção do baço é curativa e tem prognóstico favorável. Outro cão, apresentou esplenite granulomatosa, caracterizado por esplenite e periesplenite, histiocítica e plasmocítica, difusa, grave de provável origem infecciosa. A esplenite é um processo inflamatório do parênquima esplênico incomum em cães. Esplenite granulomatosa pode ser causada por bactérias, fungos, protozoários ou agentes tóxicos. Devido à suspeita de leishmaniose visceral, foi realizado teste rápido, porém o resultado foi negativo. O prognóstico deste cão foi considerado grave e acabou sendo eutanasiado. O terceiro canino apresentou hemangiossarcoma esplênico, sendo o neoplasma maligno mais comum de baço. Esta neoplasia consiste na proliferação maligna do endotélio vascular, composto por amplos espaços vasculares anastomosados preenchidos por sangue. Esse neoplasma teve prognóstico reservado, devido sua natureza maligna, risco de ruptura e de formação de metástase. Para que se tenha um diagnóstico preciso é importante fazer exames complementares como macroscópicos e histológicos, pois os casos abordados tiveram sinais clínicos semelhantes, com diferentes diagnósticos, portanto, a realização do correto diagnóstico é necessário para o estabelecimento do prognóstico e conduta terapêutica.

Referências:

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ISSN 2764-2135