RELAÇÃO DA RQC COM VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS, ANTROPOMÉTRICAS, INDICADORES DE SAÚDE AUTORREFERIDAS E ESTILO DE VIDA EM TRABALHADORES RURAIS DO VALE DO RIO PARDO.

Elias Augusto Schaefer, Patrik Nepomuceno, Maiara Helena Rusch, Daniela Cardoso Batista, Miriam Beatriz Reckziegel, Hildegard Hedwig Pohl

Resumo


Estudos mostram que trabalhadores rurais podem estar mais propensos a desenvolver problemas de saúde. A relação cintura-quadril (RCQ), além de ser utilizada como indicador de deposição de gordura abdominal, vem sendo associada a fatores de risco cardiometabólicos. Assim, o objetivo deste estudo foi relacionar a classificação de risco do RQC com indicadores sociodemográficos, antropométricos e questões de saúde e estilo de vida em trabalhadores rurais. Estudo transversal, descritivo e analítico, que faz parte de um projeto de pesquisa com trabalhadores, aprovado pelo CEP. A coleta foi realizada em 2018. Participaram 106 trabalhadores rurais da microrregião sul do COREDE/VRP. Os dados sociodemográficos, estilo de vida e indicadores de saúde autorreferidas foram obtidas por questionário. Para a avaliação antropométrica, foram coletados peso e estatura, para cálculo do IMC, bem como, a CC e CQ, para obtenção da RCQ, e classificados conforme descrito na literatura. Para análise de dados, os trabalhadores foram alocados em 3 grupos segundo a classificação de risco da RCQ: G1- baixo, G2- moderado, G3- alto/muito alto. Os dados foram analisados no SPSS (versão 23.0). Se utilizou o teste de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados. Para a comparação de variáveis numéricas foi utilizado o Teste ANOVA e de variáveis qualitativas o teste Qui-Quadrado de Pearson, considerando significância p<0,05. Os trabalhadores foram agrupados: 21% no G1, 41% no G2 e 38% no G3. Quanto as variáveis sociodemográficas, se observou relação da RQC com o sexo (p=0,000), identificando que a maior porcentagem das mulheres (56%) foram alocadas no G3, em contrapartida a menor parte dos homens (19%) era deste grupo. As demais variáveis como idade, escolaridade e classe socioeconômica não apresentaram relevância estatística (p>0,050). Em relação às variáveis de estilo de vida, a prática de atividade física (p=0,789), ingestão de medicamentos (p=0,064), tabagismo (p=0,289) e etilismo (p=0,483), não estiveram associados ao RCQ. No entanto, houve uma tendência de a ingesta de medicamentos ser maior em indivíduos classificados com risco alto/muito alto, sendo que 46% dos trabalhadores que consumiam medicamentos pertenciam ao G3. Ao analisar as varáveis antropométricas e sua relação com a RQC, foi observado diferença para o IMC (p=0,000), em que 54% dos trabalhadores que estão na faixa recomendável de peso eram do G1; já 64% dos trabalhadores que estão na faixa de obesidade eram do G3. A associação do RQC com a CC também foi significativa (p=0,000). Observou-se que a maior porcentagem de sujeitos (82%) classificados com risco alto relacionado a CC eram do G3. No que tange aos indicadores de saúde autorreferidas, não foi observada relação com o diagnóstico de diabetes (p=0,124), colesterol alto (p=0,329) e hipertensão (p=0,088). Contudo, vale ressaltar que o maior percentual de trabalhadores diagnosticados com hipertensão (51%), colesterol (48%) e diabetes (80%) eram do G3. Conclui-se que a RQC apresenta relação com o sexo, bem como, com as variáveis antropométricas. Além disso, mesmo não apresentando significância estatística, verificou-se que o diagnóstico de colesterol, diabetes e hipertensão foi mais frequente no G3 em relação aos demais grupos, assim como, a ingestão de medicamentos, se notando uma possível tendência do G3 obteve resultados mais inadequados relacionados à saúde.

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ISSN 2764-2135