Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc

Palavras-chave: Esporotricose, Felinos, Carcinoma.

Introdução. Lesões ulcerativas ou ulcero-gomosas na pele da face de felinos podem ter várias causas entre as principais causas destaca-se o carcinoma de células escamosas, esporotricose, criptococose, leishmaniose, micobacteriose e granulomas. A Esporotricose é uma infecção causada por fungos do complexo Sporothrix schenckii, caracterizada como uma micose subcutânea crônica. É uma doença zoonótica e tem os felinos como importante agente transmissor. O carcinoma de células escamosas é a neoplasia de pele mais frequente em felinos, e as lesões geralmente se desenvolvem na face, sendo frequente em felinos de pele clara, e tem como principal fator desencadeante a radiação solar. Objetivo: Descrever um caso de um felino atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Santa Cruz do Sul, que apresentou esporotricose cutânea que evoluiu para  carcinoma de células escamosas, e discutir os mecanismos envolvidos na evolução da lesão fúngica para o tumor. Resultados e discussão: Foi atendido um felino, 8 anos de idade, sem raça definida que apresentou lesão de pele ulcerada na região da cabeça de difícil cicatrização. O animal tinha diagnóstico de esporotricose e estava em tratamento há 90 dias com antifúngico oral com regressão lenta das lesões, porém sem completa cicatrização. Foram realizados exames bioquímicos, hemogramas e citologia da lesão ulcerada. A nova citologia da área a lesão resultou em inflamação piogranulomatosa grave, fribroplasia relativa com presença de macrófagos espumosos, porém sem evidência de leveduras e havia displasia de células epiteliais. Devido as alterações celulares, foram coletadas amostras por biópsia e encaminhados para o setor de Patologia Animal e obteve-se o diagnóstico de carcinoma de células escamosas (CCE). As amostras novamente resultaram no diagnóstico de CCE. O principal fator carcinogênico para o CCE é a radiação ultravioleta da luz solar, mas outros fatores como genética, infecções virais, lesões e inflamação crônicas também influenciam a ocorrência desta neoplasia na pele. A inflamação crônica está associada ao câncer. Neste caso, inflamação crônica fúngica devido ao quadro de esporotricose, na qual as lesões de pele ulceradas não regrediram devido a persistência do agente fúngico, pode provocar um estímulo lesivo inflamatório contínuo no local das feridas e supõe-se que gerou um fator predisponente para evolução para o  câncer, onde o local de maior ocorrência do CCE é a região da face, em especial plano nasal e orelhas. O diagnóstico e acompanhamento através de exames específicos torna-se importante visando o tratamento adequado. Conclusão:  Lesões ulcerativas cutâneas de pele em felinos são um desafio diagnóstico, portanto a realização de exames complementares e acompanhamento são fundamentais para estabelecer a terapêutica adequada.

Referências :MEUTEN, D. J. Tumors in Domestic Animals. Fifth edit ed. Ames, Iowa: John Wiley & Sons Inc., 2017. WOODWARD, K. N.Origins of Injection-Site Sarcomas in Cats: The Possible Role of Chronic Inflammation—A Review. ISRN Veterinary Science, 2011. v. 2011, p. 210982. Disponível em: <https://doi.org/10.5402/2011/210982>. CORRÊA JMX; OLIVEIRA NGSG; SILVA FL; MICHEL AFRM; LAVOER MSL; SILVA EB; CARLOS RSA. O Diagnóstico preciso muda o prognóstico do paciente felino com carcinoma de células escamosas. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação; 15(46); 54-60.