DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE BIOFILME DE QUITOSANA ASSOCIADO A VITAMINA E PRÓPOLIS COM POTENCIAL ANTIMICROBIANO PARA COBERTURA DE CATETER

Pedro Espindola da Silveira, Betina Brixner, Thaís Faller Petry, Rafaela Michel Jahnke, Letícia Carvalho Ourique, Chana de Medeiros da Silva, Liliane Damaris Pollo, Bethina Willig Zanenga, Giovana Bagnara Luisi, Jane Dagmar Pollo Renner

Resumo


Introdução: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) constituem um grande problema dentro da saúde pública. Uma maneira de prevenir e combater estes acontecimentos é uso de filmes/coberturas para cateteres/acessos venosos, contendo agentes antimicrobianos e agentes que auxiliam na nutrição e reconstrução da pele. Os filmes comerciais disponíveis no mercado, embora eficientes, produzem resíduos sintéticos de difícil descarte e manejo. O uso de biomateriais como a quitosana se mostra uma alternativa viável para a solução do quadro apresentado. Adicionalmente, o uso de princípios ativos antimicrobianos naturais e de fácil descarte e manejo deve ser incorporado junto destes biomateriais, a fim de criar um produto eficiente e que tenha mínimo impacto ambiental. Objetivo: Desenvolver e avaliar as propriedades funcionais e físico-químicas de um biofilme de quitosana associando extrato de própolis e vitamina E. Metodologia: As soluções foram preparadas segundo método descrito por Wang et al. (2011) de forma adaptada, utilizando quitosana em uma solução de ácido acético submetida à agitação magnética por 24h. À solução de quitosana preparada, foram adicionados glicerol e Tween 80, sendo emulsionados com uso de mixer de cozinha. Após, foram adicionados o extrato hidroalcoólico de própolis vermelho e vitamina E oleosa, estes também sendo emulsionados com mixer de cozinha. Em seguida, a emulsão foi espalhada em placas de Petri e colocada em estufa com circulação de ar para o processo de secagem. As análises organolépticas (aspecto, textura, maleabilidade, homogeneidade e odor) foram realizadas por métodos de análise sensoriais. O grau de inchamento foi realizado com uma membrana de 2cmX2cm, submergida em água por 24h. Antes e depois deste processo, foi feita uma pesagem do filme em vidro relógio tarado utilizando balança semianalítica, fazendo os cálculos por método gravimétrico. A capacidade de manuseio de fluido (FHC) foi realizada utilizando uma Célula de Paddington adaptada, onde as membranas ficam em contato com uma solução salina, dentro de estufa com circulação de ar por 24h. Após, foi feita a análise gravimétrica para determinar o FHC. Resultados: Foram obtidos filmes de aspecto transparente, textura sedosa, maleáveis, homogêneos e de odor similar à própolis. O material apresentou grau de inchamento de 181 %, mantendo sua maleabilidade após a análise. O FHC do produto apresentou a média de 11,7 g/cm2 24h. Conclusão: O biofilme desenvolvido apresentou as propriedades organolépticas e físico-químicas com um bom potencial para ser utilizado como uma alternativa às coberturas para cateter comerciais. Como perspectivas futuras, serão realizadas análises para determinar sua funcionalidade, através de ensaios complementares para verificar suas outras propriedades físico-químicas e antimicrobianas.

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ISSN 2764-2135