CRIAÇÃO DE EUSCHISTUS HEROS (F.) (HEM.: PENTATOMIDAE) EM LABORATÓRIO PARA POSTERIOR DESENVOLVIMENTO DO PARASITOIDE TELENOMUS PODISI ASHMEAD, 1893 (HYM.: PLATYGASTRIDAE)

Paola Bico Cella, Kássia Cristina Freire Zilch, Daniela da Costa e Silva, Andreas Köhler

Resumo


O percevejo marrom Euschistus heros é uma praga-chave da cultura da soja em várias regiões do Brasil. Esse inseto pode ocasionar danos irreversíveis à cultura, pois, para se alimentar, suga diretamente os grãos, o que acarreta redução na produção e na qualidade das sementes. O parasitoide de ovos Telenomus podisi é o inimigo natural deste percevejo e vem mostrando altas taxas de controle com liberações massais. O aumento da utilização de parasitoides como agentes reguladores de insetos pragas em programas de Manejo Integrado de Pragas tem originado a necessidade de se produzir os inimigos naturais em escala massal em biofábricas. Neste sentido, o desenvolvimento e aprimoramento da metodologia de criação de seus hospedeiros, como fonte contínua para multiplicação dos parasitoides, são pontos imprescindíveis para uma produção massal de qualidade, para então serem liberados em ambientes de produção. Por conta disso, o objetivo do presente estudo foi realizar e aprimorar a criação do percevejo-marrom-da-soja no Laboratório de Entomologia da UNISC, para posterior implantação da criação do parasitoide de ovos T. podisi. Dessa forma, foram fornecidas duas gramas de ovos de E. heros da Embrapa Soja, Londrina-PR para iniciar a criação. Os ovos foram acondicionados em potes plásticos com adaptações na tampa e em uma das laterais com tecido organza para ventilação. Após a eclosão das ninfas, o alimento era oferecido, consistindo de vagem verde, grãos de amendoim e soja. A partir da emergência dos adultos, além do alimento, era oferecido água embebida em algodão e tiras de TNT eram fixadas com fita adesiva no interior dos potes para oviposição. A cada dois dias o alimento era renovado, os indivíduos mortos removidos de todos os potes e os ovos retirados dos potes onde continham adultos. Atualmente, a criação conta com uma média semanal de 15 gramas de ovos, 11 potes de ninfas e oito potes de adultos (em torno de 400 indivíduos em cada pote). Para iniciarmos a criação do parasitoide, a criação de E. heros precisa estar maior, com uma maior produção de ovos para que abasteça tanto a demanda dos parasitoides como a manutenção do percevejo. Por conta disso, a aquisição de mais ovos para aumentar o número de indivíduos e a coleta de adultos em campo para aumentar a variabilidade genética da criação são medidas necessárias e em breve serão realizadas. A partir das duas criações bem estabelecidas, será possível desenvolver estudos de avaliação de eficiência de controle do parasitoide em laboratório, campo e em casas de vegetação. Para as culturas onde o percevejo é considerado praga, T. podisi representa uma nova ferramenta no controle biológico, reduzindo a utilização de produtos químicos que atualmente prejudiquem o ser humano e o meio ambiente. 

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ISSN 2764-2135