NEOPLASIAS GASTROINTESTINAIS EM PEQUENOS ANIMAIS – RELATO DE DOIS CASOS

Michele Berselli, Adelina Rodrigues Aires, Camila do Amaral, Karla Puntel, Daiana Vognach Kafender, Ana Carolina Muller

Resumo


Palavras chave: adenocarcinoma, linfoma, tumor, neoplasias gastrointestinais, canino, felino


Introdução. As neoplasias gastrointestinais são incomuns em cães e gatos, com tumores gástricos representando <1% e tumores intestinais <10% das neoplasias totais destas espécies. Animais com sintomas gastrointestinais devem ser submetidos a exames físicos, clínicos e laboratoriais, a fim de investigar a causa clínica. Os sinais clínicos de neoplasias gastrointestinais são inespecíficos, e incluem perda de peso, anorexia, cólicas, vômitos e diarreia. Objetivo. Visto que casos de tumores gastrointestinais em animais de companhia são de baixa incidência na rotina veterinária, o objetivo do presente trabalho foi descrever os achados histopatológicos em dois pacientes atendidos com sintomas gastrointestinais no Hospital Veterinário da UNISC, que tiveram diagnóstico de neoplasia gastrointestinal. Resultados. O primeiro caso foi de um canino fêmea, da raça Border Collie, de 10 anos, com uma massa na região ileocecal. O histórico clínico era de emagrecimento, apetite seletivo, vômito e diarreia e nos últimos dias, fezes pastosas. O resultado do exame anatomopatológico foi de adenocarcinoma intestinal invasivo. Os sinais clínicos de adenocarcinoma são vagos, surgem lentamente e são progressivos. Tumores intestinais são de baixa frequência em cães, comparados com outras neoplasias. Os adenocarcinomas são os tumores mais comuns no intestino de cães, e o segundo mais prevalentes em felinos em relação aos linfomas e desenvolvem frequentemente no intestino delgado, e segundo a literatura, pastores alemães e collies são os mais predispostos. Estes neoplasmas são invasivos e o prognóstico pode ser reservado a desfavorável. O segundo paciente, foi um felino fêmea, de 7 anos, sem raça definida (SRD), cuja sintomatologia era hiporexia durante três meses. Foi realizada a laparotomia exploratória, evidenciando um tumor no estômago sendo realizada gastrectomia para remoção da massa. A suspeita clínica era de linfoma multicêntrico e o exame histopatológico confirmou linfoma alimentar. Nesta enfermidade, as células linfóides neoplásicas se infiltram nos órgãos do trato gastro-intestinal, podendo comprometer ou não os linfonodos mesentéricos. Os linfomas são os tumores gastrointestinais mais comuns em felinos e o prognóstico é bastante variável, de favorável a reservado, dependendo da área afetada, grau de invasão tecidual e grau de malignidade e classificação. A remoção das massas e o seu encaminhamento para análise histopatológica são necessários para a confirmação do diagnóstico e a realização da terapêutica correta. Conclusão. Os sintomas dos tumores do trato gastrointestinal podem ser coerentes a várias outras enfermidades, o que torna necessário a realização de exames histopatológicos para a conclusão do diagnóstico. Portanto, um exame clínico detalhado associado a exames complementares são essenciais para o correto diagnóstico e o estabelecimento do prognóstico clínico e tratamento.



Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135