DESENVOLVIMENTO DE HIDROGEL DE QUITOSANA PARA TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE ÚLCERAS POR PRESSÃO
Resumo
Introdução: Úlcera por pressão (UPP) acomete idosos, acamados e cadeirantes e é causada pela deficiência prolongada na irrigação de sangue e na oferta de nutrientes em determinada área do corpo em virtude da pressão externa. O tratamento da UPP inclui limpeza e curativos das feridas, juntamente com a redução da pressão nos ferimentos com a mudança frequente de posição. Nesse sentido, para a contribuição no tratamento das UPP, uma das alternativas promissoras é a utilização de biogéis de diferentes matrizes naturais, sendo a quitosana uma delas. A quitosana é um produto natural, proveniente da maior parte dos exoesqueletos dos insetos, crustáceos e parede celular de fungos, de baixo custo, renovável e biodegradável, de grande importância econômica e ambiental e promissora na área médica. A quitosana utilizada em géis e bandagens atua no processo de regeneração tecidual e tem aplicações terapêuticas como agente bactericida e cicatrizante de lesões cutâneas. Objetivo: Desenvolver um hidrogel de quitosana, um polímero natural, biodegradável, para uso em lesões por úlcera por pressão (UPP) com potencial antimicrobiano e cicatrizante. Metodologia: Foram preparadas 5 formulações de biogéis de quitosana. A formulação A foi composta pela solução de 0,15 a 0,30% de quitosana com carbopol. Na formulação B, o cabopol foi substituído por 2,5% de ácido acético e 1,75 gramas de quitosana e, após polimerização, adição de trietanolamina como viscosificante. A formulação C também foi preparada com quitosana (2,5 g) e 2,5% de ácido acético, com posterior adição de trietanolamina. Na formulação D, foi preparado a mesma solução da formulação C, porém o ácido acético foi substituído por 2,5% de ácido cítrico. E a formulação E, foi preparada com os mesmos componentes da formulação D, porém depois após a homogeneização, o hidrogel foi submetido à estufa a 25° C por 72 horas. Além das preparações das soluções, foram realizadas análises organolépticas que determinaram cor, brilho, transparência, brilho, textura, odor e sabor das formulações. Resultados: Após preparo das formulações, o hidrogel da formulação A apresentou aspecto aquoso, transparente, heterogêneo, coloração branca e odor neutro; a formulação B apresentou aspecto líquido, transparente, homogêneo, coloração branca e odor neutro; a formulação C apresentou aspecto líquido, transparente, homogêneo, coloração branca, odor neutro e pH de 2,94 sem trietanolamina e 3,94 com trietanolamina; a formulação D apresentou aspecto líquido, transparente, homogêneo, coloração branca, odor neutro e pH sem trietanolamina de 2,92 e com trietanolamina de 3,92; a formulação E apresentou aspecto em gel, transparente, homogêneo, coloração amarelada, odor neutro e pH sem trietanolamina de 2,92, com trietanolamina de 3,92 e após aquecimento de 4,02. Conclusão: Após análises das formulações obtidas, pode-se concluir que a formulação E foi a que melhor apresentou os aspectos da consistência de gel e das propriedades organolépticas. Por conseguinte, evidencia-se que o desenvolvimento do hidrogel de quitosana é de extrema importância, porque é uma nova alternativa de tratamento para a UPP. Dessa maneira, novos experimentos são necessários no intuito de comprovar a eficácia desse polímero em úlceras de pressão e lesões dermatológicas.
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ISSN 2764-2135