HAEMONCOSE EM CARNEIRO: RELATO DE CASO

Maitê Heiermann, Camila Amaral D’Avila, Ana Carolina Müller, Karla Puntel da Rosa, Rafael da Silva Oliveira, Adelina Rodrigues Aires, Michele Berselli

Resumo


Introdução: As parasitoses são um antigo problema aos pecuaristas pois além de causar diminuição da produção, também podem acarretar na morte dos animais, principalmente quando estão sendo parasitados por mais de uma espécie concomitantemente. Esses organismos se situam estrategicamente nas pastagens, onde terão maior facilidade em infectar no hospedeiro. A espécie ovina é extremamente suscetível a infecção por Haemoncus contortus, parasita hematófago, muito patogênico e que se reproduz rapidamente. As infecções por este parasita são umas das principais causas de perdas econômicas na ovinocultura. Objetivo: Descrever um caso de parasitose mista em um carneiro que foi encaminhado para necropsia no Hospital Veterinário da Universidade de Santa Cruz do Sul. Metodologia: Foi encaminhado para necropsia um carneiro macho, de um ano de idade, da raça Dorper. O carneiro apresentava relutância para caminhar, orelhas caídas e cabeça inchada. O animal não resistiu e veio a óbito. Resultados: Na necropsia, percebeu-se fluído transparente amarelado na cavidade abdominal, hidrotórax, hidropericárdio e edema pulmonar. Havia presença de cisto parasitário aderido ao diafragma e o fígado estava pálido com acentuação lobular. O abomaso apresentou-se hiperêmico, com conteúdo hemorrágico e infestação intensa por nematódeos compatíveis morfologicamente com Haemonchus contortus. Além disso, observou-se inúmeros cestódeos no intestino delgado compatíveis com Moniezia sp. Na bexiga havia um exsudato brancacento e a pelve renal se encontrava dilatada. O diagnóstico definitivo foi de abomasite hemorrágica verminótica e haemoncose. A provável causa de óbito foi por choque neurogênico e a anemia grave decorrentes da doença. O tempo de evolução da doença chama a atenção por ser extremamente pequeno, uma vez que o animal veio a óbito apenas três dias após o início dos primeiros sinais clínicos, e atribui-se a grande patogenicidade do parasita. É uma situação comum para ovinos com Haemoncose, pois além de serem muito suscetíveis a infecção, os hábitos hematófagos e a resistência anti-helmíntica ajudam na perpetuação desses casos. Conclusão:  O manejo adequado dos animais de produção, com uma boa alimentação, higienização das instalações, vacinação atualizada e uso de métodos de controles biológicos ou químicos de helmintoses diminui drasticamente as chances de óbito dos animais por parasitoses. Esse processo é extremamente importante para que não haja perda de animais por morte súbita devido à falta de manifestações clínicas.

Referências:

Almeida, A. C. D. F. d., Chagas, J. D. R., Ávila, L. M., Marques, T. L. P., Moraes, R. F. F. d., Gomes, L. P. d. M., Baêta, B. d. A. (2020). Diagnóstico e controle químico das helmintoses em bovinos: Revisão de literatura. Research, Society and Development, 9(11).

Disponível em: <https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/9908/8927/137666>. Acesso em: 20 Ago. 2022.

Girão, E.S.; Girão, R.N.; Medeiros, L.P. Verminose em ovinos e seu controle. Teresina: Embrapa/ Meio Norte, 1998. 19p.

 Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/51834/1/CIT19.pdf>. Acesso em: 28 Ago. 2022.


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ISSN 2764-2135