INTEGRAÇÃO, INTERNACIONALIDADE E SAÚDE PRISIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Isabela Frighetto, Victor Göttems Vendrusculo, Camilo Darsie de Souza, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


Introdução: Em 2022, o projeto “Contribuições para gestão estadual de saúde prisional: monitoramento e avaliação, educação permanente e tecnologias em saúde”, incluso no Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), uniu-se, em parceria com o comitê local da Federação Internacional das Associações dos Estudantes de Medicina do Brasil (IFMSA) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), a um programa de mobilização estudantil. Com o objetivo de promover experiências educacionais e culturais, foram ofertadas vagas para estudantes internacionais poderem participar das tarefas e ações vinculadas ao projeto. Desse modo, preencheram-se duas vagas, as quais foram ocupadas por acadêmicas do curso de biomedicina e de medicina, sendo elas, respectivamente, da Bélgica e da Noruega. Objetivo: Relatar a experiência de recepcionar e integrar intercambistas nas atividades do projeto e da Universidade. Metodologia: Trata-se de estudo de caráter descritivo, do tipo relato de experiência. O período de intercâmbio teve início no mês de julho e término no mês de agosto de 2022, totalizando 4 semanas de atividades. Foi estruturado, junto à IFMSA UNISC, um calendário online em língua inglesa contendo distintas atividades práticas a serem cumpridas durante as semanas. Resultados: A integração das intercambistas iniciou-se a partir da apresentação do projeto de pesquisa e de seus objetivos de contribuir para a gestão estadual na saúde prisional. As atividades propostas eram variadas e consistiam em saídas de campo, participação de reuniões do projeto, acompanhamento da rotina do laboratório, apresentação e compartilhamento de informações acerca dos sistemas prisionais dos países envolvidos, entre outros programas educacionais. Durante o período, as estudantes internacionais puderam acompanhar a equipe do projeto em visitas aos presídios da região, nas quais participavam ativamente da coleta de swabs orais, a fim de validar o novo teste para diagnóstico de hepatite C, disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Em outros momentos, na universidade, ocorreu a apresentação dos sistemas prisionais dos países que, por sua vez, destacou as significativas diferenças entre as gestões governamentais, sendo o compartilhamento de informações realizado mediante material visual, confeccionado por cada participante em língua inglesa. No que tange à participação da rotina do laboratório, as intercambistas tiveram a oportunidade de contribuir para a análise de amostras biológicas e para o auxílio da realização do método diagnóstico da Covid-19: o exame RT-PCR. A visita a outros projetos de pesquisa e extensão foram também oferecidas para as estudantes, fato que incluiu a ida do grupo ao Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiratória (LARECARE), localizado no Hospital de Santa Cruz do Sul, refletindo, consequentemente, no aprendizado de teorias e técnicas acerca dos distúrbios cardíacos e pulmonares. Ao final do intercâmbio, preencheu-se um relatório de conclusão da experiência, no qual registrou-se todas as atividades e conhecimentos adquiridos durante o período. Conclusão: Evidencia-se, portanto, que a parceria de projetos de pesquisa e de extensão estrutura-se como um potencial incentivo à promoção de atividades acadêmicas educacionais e de mobilização estudantil. Além disso, a experiência relatada configurou-se como uma oportunidade única, de caráter internacional, de compartilhamento mútuo de informações e de vivências proporcionado pela instituição.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135