TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO COM O USO DO POWERBREATHE EM PACIENTES COM DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÔNICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Natália Sachett, Geovana Coan, Sophia Luiza Eich, Carlos Eduardo Corrêa Nunes, Elisabete Antunes San Martin, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) caracteriza-se pela diminuição da passagem de ar nos pulmões, causando significativa redução na qualidade de vida e atividades de vida diária dos indivíduos acometidos. O Programa de Reabilitação Física (PRF) desenvolvido no Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiratória (LARECARE) tem como objetivo melhorar a capacidade física e funcional destes sujeitos e atualmente implementou o treinamento muscular inspiratório (TMI) para potencializar a reabilitação física. O TMI permite que haja o fortalecimento da musculatura respiratória, utilizando o dispositivo Powerbreathe®, através de diferentes níveis de cargas (resistência em cmH2O). Objetivo: Relatar o uso e a eficácia do TMI em pacientes com DPOC submetidos a um PRF. Métodos: Estudo de casos, incluindo 8 pacientes com DPOC de ambos os sexos (4 homens e 4 mulheres) do LARECARE. Os pacientes foram submetidos a avaliação clínica e funcional, posteriormente ao teste de manovacuometria para determinar a carga de trabalho do TMI. Após os pacientes foram submetidos ao PRF (aquecimento, exercícios aeróbicos, neuromusculares de força e resistência, alongamentos e exercícios proprioceptivos) e também sessões de TMI com Powerbreathe® (carga variando conforme a individualidade de cada paciente ou seja 30% da Pressão Inspiratória Máxima - PImax, 3 séries de 10 repetições). Ao final realizou-se a reavaliação para aumento de carga, afim de analisar a evolução desses pacientes durante a PRF. A escolha pela terapêutica com TMI nestes sujeitos deu-se porque 5 deles tinham fraqueza muscular inspiratória pela manovacuometria, 1 paciente estava no limite para fraqueza muscular inspiratória e 2 pacientes apresentaram descompensação clínica prévia e aumento da dispneia. Resultado: Os pacientes avaliados apresentam DPOC com estadiamento da doença variando entre moderado (n=4) e severo (n=4), a média de idade foi 67,8±6,4 anos. A média da PImax na avaliação inicial foi 57,5±17,1 cmH2O (64±21% do predito onde 5 pacientes foram caracterizados com fraqueza muscular inspiratória pois apresentaram PImax abaixo de 60cmH2o). A carga de treinamento inicial do TMI com base na PImax foi em média de 17,2±5,1 cmH2O. Entretanto todos os pacientes iniciaram com carga mínima (9 cmH2O) para se adaptarem bem ao uso do dispositivo para TMI. Ao longo das sessões as suas cargas foram ajustadas conforme a evolução individual de cada um. A média de sessões realizadas até o momento foi 11,8±4,8, frequência 2 vezes semanal, e a média da carga utilizada no Powerbreathe® no momento é 16,6±7,6cmH2O. Conclusão: O uso do TMI em pacientes com DPOC submetidos a um PRF tem se mostrado efetivo na melhora do desempenho muscular respiratório haja visto a progressão da carga suportada pelos mesmos ao longo das sessões com Powerbreathe®. Nossa expectativa é que os valores de PIMax sejam superados na reavaliação ao final do ano.

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ISSN 2764-2135