AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA ONCOFERTILIDADE: MÉTODOS DE PRESERVAÇÃO DE FERTILIDADE DURANTE O TRATAMENTO PARA O CÂNCER

Amanda Dockhorn, Marcia Kniphoff da Cruz

Resumo


Introdução: A oncologia, nos últimos 10 anos, indubitavelmente, sofreu consideráveis avanços tecnológicos, os quais têm proporcionado aos pacientes tratamentos revolucionáveis. Contudo, muitos indivíduos convivem com pouco aconselhamento relacionado a saúde reprodutiva durante o período da doença, haja vista que a fertilidade está intrinsecamente relacionada ao câncer, pois este pode interferir na fisiologia dos órgãos reprodutores de homens e mulheres em razão sobretudo de tratamentos locais e sistêmicos. Nesse sentido, novas tecnologias, estudadas durante as aulas da disciplina de Informática Aplicada à Medicina, associadas à área de oncofertilidade surgiram com o intuito de promover a preservação da fertilidade dos indivíduos durante o tratamento para o câncer. Objetivo: Verificar os principais avanços tecnológicos na oncofertilidade. Métodos: O trabalho foi realizado através de uma revisão bibliográfica com informações coletadas junto às seguintes bases digitais científicas: Scielo, Pubmed, Google Acadêmico, portal do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Resultados: No Brasil, em 2020, mais de 600 mil novos casos de câncer foram notificados. Muitos destes são em mulheres jovens, o que torna o tema da fertilidade ainda mais relevante, pois envolve aspectos do contexto físico e psicológico, colocando em risco o senso de autorrealização e identidade feminina. Os maiores riscos, de fato, estão relacionados ao tratamento, incluindo cirurgias, radioterapias no baixo abdômen e quimioterapias com drogas de grau alto de toxicidade que possam acometer os ovários. Existem vários avanços para a preservação da fertilidade em indivíduos oncológicos, os quais serão escolhidos dependendo da idade do paciente, o tempo disponível para que as ações possam ser tomadas sem atrapalhar o sucesso no tratamento e o tipo de câncer. Umas das técnicas indicadas é o congelamento de gametas, como espermatozoides e óvulos. Neste último, através de uma estimulação ovariana, são coletados os óvulos maduros que serão congelados, para posteriormente serem utilizados para realizar a fertilização in vitro. Outra técnica muito parecida e bastante indicada é o congelamento de embriões. A diferença é que após a coleta dos óvulos, será realizada a fertilização in vitro com os espermatozoides do parceiro, para congelamento dos embriões, visando o uso futuro. Para as mulheres que não podem atrasar a intervenção oncológica ou para as que ainda não atingiram a puberdade pode ser pensado no congelamento de tecido ovariano, o qual é obtido por cirurgia, retirando pequenos fragmentos do ovário contendo milhares de folículos ovarianos e congelando. Já em pacientes submetidas à radioterapia da região pélvica, a realocação dos ovários deve ser considerada, os quais são deslocados através de cirurgia, para outra região do abdome, diminuindo assim os riscos de serem acometidos. Conclusão: É pertinente, cada vez mais, com a grande quantidade de novos casos de câncer apontados pelo INCA, os profissionais da saúde informarem seus pacientes sobre os métodos de preservação da fertilidade, tendo em vista as diferentes técnicas disponíveis graças aos avanços na oncofertilidade. Palavras-chave: Câncer; Fertilidade; Oncofertilidade; Avanços tecnológicos; Tratamento.

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ISSN 2764-2135