DIFERENTES DISPOSITIVOS E UM MESMO EXAMINADOR PREDIZ UMA MESMA PRESSÃO ARTERIAL?

Sophia Luiza Eich, Helena Amelia Rachor, Luana dos Passos Vieira, Luiza Scheffer Dias, Natalia Sachett, Andréa Lucia Gonçalves da Silva

Resumo


Introdução: A aferição da pressão arterial (PA) permite orientar que o profissional apresente condutas terapêuticas individuais e adequadas para cada indivíduo, monitore prevalências populacionais e identifique fatores de risco associados à hipertensão arterial. O esfigmomanômetro é utilizado como uma das formas indiretas para a aferição da pressão, sendo de extrema importância a utilização do manguito com o tamanho correto, de acordo com a circunferência do braço de cada paciente, para que assim obtenha o resultado mais preciso possível. A execução correta da técnica de aferição é de extrema importância, a fim de que não ocorra erros de aferição e/ou interpretações inadequadas. Objetivo: Comparar a aferição da pressão arterial com quatro dispositivos diferentes. Métodos: Estudo de casos, realizado no Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiartória-LARECARE, incluindo voluntárias do sexo feminino, que atuam no LARECARE. Variáveis analisadas: clínicas (idade, sexo, Índice de Massa Corporal-IMC e circunferência do braço-CB) e pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD). Foram utilizados quatro dispositivos diferentes (aneróide manual, aneróide de rodízio, digital e mercúrio) de forma randomizada (aleatório online) e por um único examinador. Para a aferição da PA a voluntária foi orientada a permanecer 5 minutos em repouso, 1 coleta com cada dispositivo e um intervalo de 1 a 2 minutos de repouso entre as coletas. A aferição foi realizada com a voluntária em sedestação, com o braço apoiado sobre uma superfície firme e na altura do coração, com a palma da mão voltada para cima, os pés apoiados no chão e as costas apoiadas no encosto da cadeira. Fatores de correção da PA medida com manguito de adulto foi utilizado em 1 voluntária (PAS-4mmHg e PAD-3mmHg). Os dados foram inseridos em planilha excel e posteriormente analisados em programa de análise estatística SPSS? versão 25.0. Resultados: Foram avaliados 7 mulheres, com idade média de 25,2±11,7 anos, IMC=24,1±3,1 kg/m2 e CB:28,8±2,4 cm. Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os 4 dispositivos para a PAS (p=0,60) e PAD (p=0,65). Pressões arteriais: PAS_aneróide: 110,2±10,8mmHg, PAS_rodízio: 114,0±10,1mmHg, PAS_mercúrio: 116,5±10,3mmHg, PAS_digital: 116,0±5,7mmHg, PAD_aneróide: 74,2±7,2mmHg, PAD_rodízio: 78,2±9,7mmHg, PAD_mercúrio: 80,4±9,6mmHg, PAD_digital: 79,4±11,5mmHg. As maiores pressões sistólica e diastólica foram encontradas no dispositivo de mercurio (116,5/80,4mmHg) e as menores no dispositivo aneróide (110,2 / 74,2mmHg); foi calculado um delta de variação (?) entre as maiores e menores PAS e PAD: ?PAS= 12,7±6,7mmHg e ?PAD=10,1±5,7mmHg. A classificação da PA: com base nos valores mais baixos aferidos = PA dentro da normalidade; com base nos valores mais elevados aferidos = PA dentro da normalidade (n=3), PA elevada (n=3) e PA estágio pré hipertensão (n=1). Associação encontrada entre o IMC vs PAS_digital (r=0,821, p=0,023). Conclusão: Diferentes dispositivos de aferição da PA podem gerar diferentes resultados mesmo sendo utilizados por um único examinador, porém sem diferença significativa. Estes resultados podem gerar interpretações equivocadas sobre a classificação da PA, tanto subestimando ou superestimando um quadro de hipertensão arterial sistêmica. Ainda, importante ressaltar que quanto maior o IMC maior será a possibilidade de um falso positivo para a maior PAS com o uso de dispositivo digital.

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ISSN 2764-2135