OSTEONECROSE INDUZIDA POR BISFOSFONATO NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO EM MANBÍBULA: RELATO DE CASO

Deisi Carolina Vargas, Aimee de Souza Campos, Darion Ferreira, Leo Kraether Neto

Resumo


A utilização de bifosfonatos para o tratamento de doenças ósseo-degenerativas e neoplásicas, fez com que nos últimos anos estes medicamentos estivessem sendo cada vez mais pesquisados e utilizados, devido à capacidade antireabsortiva. Essa alteração no metabolismo ósseo normalmente é uma consequencia do processo de metástase, pois ativam a ação osteoclástica, mediado por diferentes citocinas induzidas pelas células tumorais. Existem diferenças entre os grupos de bisfosfonatos (BPs) que contém nitrogênio (pamidronato e ácido zolendrônico, alendronato, risedronato, ibandronato) e os que não contêm (etidronato, tiludronato, clodronato) . O primeiro tipo apresenta um risco maior de ocasionar a osteonecrose dos maxilares (ONM), por possuírem uma metabolização difícil, resultando em uma ação prolongada, o que levaria ao acúmulo nos ossos. Adicionalmente, a localização específica do nitrogênio na composição química dos bifosfonatos é capaz de influenciar a potência que o fármaco tem em inibir a reabsorção óssea. O objetivo principal é relatar o caso clínico de uma paciente encaminhada para a clínica Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, que desenvolveu ONM pela utilização de bifosfonato no tratamento Oncológico. O trabalho faz parte do  projeto de extensão Diagnóstico Bucal do curso de Odontologia, no qual propõe  diagnosticar e tratar lesões ou alterações na cavidade oral de pacientes da cidade de Santa Cruz do Sul e região. Paciente chegou ao projeto de extensão por encaminhamento de outra disciplina do curso de Odontologia, com queixa de desconforto em corpo de mandíbula lado esquerdo. Ao exame clinico observou exposição óssea junto a crista do rebordo residual da mandíbula dos molares de cor esbranquiçada. Diante da hipótese de ONIF, foi proposto o protocolo medicamentoso PENTOCLO, realizado em duas fases distintas.  A primeira etapa de 4 semanas foram prescritos antibióticos e corticoide. Na fase seguinte, cuja duração foi de aproximadamente 4 meses, utilizou-se pentoxifilina e tocoferol. Diante da intolerância de manter-se a segunda fase medicamentosa por mais tempo, realizou-se sequestrectomia da lesão óssea sob anestesia local, com envio do material para análise hitopatológica. A alguns anos, o Centro de Vigilância Sanitária já lançou um alerta terapêutico de farmacovigilância sobre o uso de bisfosfonatos associados ao risco de osteonecrose de mandíbula, logo, cabe ressaltar que conhecimento aprofundado dos mecanismos de desenvolvimento dessa condição e de suas características clínicas leva o profissional a executar um diagnóstico preciso e a instituir protocolos de prevenção adequados. Como o bisfosfonato, também devem alertar para casos de osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos (MRONJ). A osteonecrose dos maxilares relacionada a medicamentos é um processo de doença complexo com uma etiologia multifatorial para o qual muitas questões permanecem sem respostas, ainda sim, conclui-se que o caso relatado tem relação direta no com medicamento ácido zolendrônico.



Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2764-2135