O USO INDISCRIMINADO DOS ANTIMICROBIANOS ÀS TERAPIAS ENDODÔNTICAS
Resumo
Introdução: Atualmente muitos cirurgiões dentistas prescrevem antimicrobianos coadjuvantes às terapias endodônticas, porém diversas vezes de forma indevida, pois normalmente não se faz necessário o uso de medicamentos deste porte quando o tratamento endodôntico é realizado com instrumentação adequada, irrigação abundante durante todo o preparo químico cirúrgico e medicação intracanal efetiva entre as sessões. Ainda há formas de potencializar o preparo químico cirúrgico com uso de ultrassom (que aumenta a capacidade de limpeza dos canais radiculares, removendo a camada de detritos que possam ficar retidos na complexa anatomia dos canais radiculares) e otimização de tempo de trabalho com localizador apical eletrônico e instrumentação mecanizada. Além disso, antibióticos afetam a microbiota intestinal, causando a perda da diversidade bacteriana e aumento da resistência aos antibióticos por 6 meses até 2 anos após o tratamento. Objetivo: Apresentar as principais situações diagnósticas que necessitam de prescrição de antibioticoterapia coadjuvante às terapias endodônticas e os riscos do uso inadequado frente à resistência microbiana para os estudantes de Odontologia e cirurgiões dentistas.Metodologia: A pesquisa foi realizada na base de dados do Portal de Periódicos da CAPES com a inclusão de recentes artigos originais, nacionais e internacionais, publicados entre 2018 a 2022. Os descritores utilizados foram: endodontia; antimicrobianos; resistência antimicrobiana. Resultados: As principais patologias que necessitam de intervenção endodôntica e terapia coadjuvante medicamentosa com antibioticoterapia são: abcesso periapical agudo em pacientes clinicamente comprometidos, abcesso com envolvimento sistêmico, infecções progressivas e infecções persistentes. Por outro lado, não há indicação de uso de antibióticos nas seguintes situações diagnósticas: pulpite irreversível sintomática, necrose pulpar, periodontite, apical aguda, abcesso periapical crônico. Conclusão: Há evidências de que os cirurgiões dentistas precisam estar mais atentos aos riscos do uso dos antibióticos de forma indiscriminada como coadjuvante das terapias endodônticas. A comunidade científica tem demonstrado a preocupação e alertado para o risco do desenvolvimento de colônias bacterianas resistentes a antibióticos tanto no indivíduo quanto na comunidade causando sérios problemas para o futuro. Palavras-chave: Antimicrobianos; Odontologia; Endodontia; Antibioticoterapia; Resistência antimicrobiana;
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ISSN 2764-2135