CRIPTORQUIDISMO EM EQUINOS - OCORRÊNCIAS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNISC: RELATO DE CASO

Natalia Amanda Silveira, Daniele Angeloni Casteller, Gabriele Biavaschi Silva, Leticia Reginato Martins

Resumo


Criptorquidismo em Equinos - Ocorrências no Hospital Veterinário da UNISC: Relato de caso Natalia Amanda Silveira, Daniele Angeloni Casteller, Gabriele Biavaschi Silva, Leticia Reginato Martins Palavras-chave: Criptorquidismo, bolsa escrotal, equino, orquiectomia. Introdução: O criptorquidismo é uma patologia caracterizada pela falha na progressão testicular para a bolsa escrotal, ficando retido na cavidade abdominal ou região inguinal. Tal falha pode ser uni ou bilateral, sendo a apresentação unilateral prevalente. A etiologia desta afecção ainda não está bem definida, mas diversos trabalhos descrevem como sendo de origem hereditária. O diagnóstico é feito por palpação e exames complementares, e seu tratamento de eleição é a criptorquidectomia junto a uma orquiectomia do testículo contralateral, caso este se encontre na bolsa escrotal. Objetivo: Relatar sobre casos de criptorquidismo atendidos no Hospital Veterinário da UNISC. Metodologia: No período do primeiro semestre de 2022, o hospital veterinário atendeu quatro equinos com diagnóstico de criptorquidismo. Destes um era de raça puro sangue lusitano e os três demais da raça crioula. A média de idade e peso dos pacientes era de 4 (± 1,75) anos de idade e 400 (± 39,28) kg respectivamente. Os equinos foram submetidos a avaliação ultrassonográfica para a localização do testículo retido e posteriormente submetidos a criptorquidectomia. Cinquenta por cento dos pacientes já haviam passado por orquiectomia do testículo localizado na bolsa escrotal. Dos casos avaliados 50% eram criptorquidas do testículo direito e 50% do testículo esquerdo. As gônadas se encontravam na região do anel inguinal dos animais criptorquidas do testículo direito. Já nos animais criptorquidas do testículo esquerdo o testículo foi localizado na região abdominal e subcutâneo. Resultados: A realização da criptorquidectomia ocorreu em um plano de anestesia geral em bloco cirúrgico. Após o posicionamento na mesa cirúrgica era realizada ultrassonografia transabdominal para localização do testículo criptorquida, e então era realizada tricotomia e antissepsia. A técnica utilizada foi seguindo uma incisão parainguinal, incisionando a pele, músculos oblíquos externo e interno e peritônio, para então acessar a cavidade abdominal. Independentemente da localização da gônada optou-se pelo mesmo padrão de incisão visando não comprometer o canal inguinal. Após a localização do testículo foi realizada a ligadura com fio monofilamentar absorvível poliglecaprone e associação de uso de emasculador. Em seguida, ocorreu o fechamento da cavidade, plano a plano, com síntese da pele em padrão contínuo. A recuperação pós-operatória ocorreu em aproximadamente trinta minutos, devido a manutenção anestésica e analgésicas eficientes. Foi realizada administração de antibiótico de associados de penicilinas 10.000U.I/kg (Penfort), e entregue junto aos tutores o receituário com recomendação de uso de anti-inflamatório Funixina Meglumina em dose 1,1mg/kg por via intravenosa por cinco dias, e antibiótico (Penfort) por via intramuscular a cada 48h por três dias. Conclusão: O criptorquidismo é uma afecção frequente nos equinos e, como apresentado neste trabalho, 50% dos animais já haviam passado por orquiectomia anteriormente, um dado importante a ser destacado, pois interfere na identificação dos animais portadores desta enfermidade, bem como a localização do testículo criptorquida. As abordagens cirúrgicas e diagnosticas realizadas foram efetivas.

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ISSN 2764-2135