O PERFIL PSICOEMOCIONAL EM PACIENTES INTEGRANTES NA REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Cecilia Vieira Prestes, Luana dos Passos Vieira, Luiza Scheffer Dias, Helena Amélia Rachor, Elisabete Antunes San Martin, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


Introdução: A carga de transtornos mentais consiste em um fenômeno em ascensão mundial, gerando impactos sobre a saúde e consequências sociais e econômicas. Estes influenciam na prescrição de exercício que reflete numa intervenção satisfatória para que o paciente adquira autonomia, independência e qualidade de vida, fatores estes que vão refletir na melhora dos transtornos psicológicos. Objetivo: Relatar a importância do papel da fisioterapia na saúde mental de pacientes integrantes de uma reabilitação cardiorrespiratória. Métodos: Estudo transversal, incluiu pacientes de ambos os sexos com diagnóstico clínico de COVID-19, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRM) ou Troca Valvar, que buscaram o Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiratória-LARECARE para tratamento através de um Programa de Exercícios Físicos (PEF) e consentiram formalmente participar da pesquisa. Foram excluídos os pacientes com déficit cognitivo ou aqueles que não completaram o tratamento ou que declinaram no estudo ao longo do tempo. No PEF os pacientes foram submetidos ao seguinte tratamento: exercício aeróbico progressivo, força e resistência muscular, 2x/semana, duração de 45 minutos por 15 semanas. Variáveis analisadas: alterações  psicoemocionais [Inventário de Ansiedade e de Depressão Beck (BDA) (BDI)] e Estresse Pós-Traumático pela Escala de Impacto de Evento–Revisada (IES_R) com as subescalas intrusão, evitação e hiperestimulação.  Após avaliação, os pacientes foram estratificados em três grupos conforme diagnóstico clínico: G1: DPOC (n=35), G2: RC (n= 19) e G3: COVID-19 (n=50). Os dados foram inseridos e analisados em planilha Excel e foram analisados em número amostral e frequência Resultados: sexo G1: DPOC= 18 homens, G2: RC=11 homens, G3: COVID-19=28 homens, idade G1: DPOC=68,3±8,0, G2: RC=57,2±8,4 e G3:COVID-19=54,2±15,0. Todos os grupos apresentaram sinais e sintomas de ansiedade [G1: BAI mínimo (n=28) BAI leve (n=7); G2: BAI mínimo (n=15) BAI leve (n=4); G3: BAI mínimo (n=34) BAI leve (n=16) BAI moderado (n=1)] e depressão [G1: BDI mínimo (n=28) BDI leve (n=3) BDI moderado (n=3) BDI grave (n=1);  G2: BDI mínimo (n=16) BDI leve (n=3); G3: BDI mínimo (n=38) BDI leve (n=12) BDI moderado (n=1)] e apenas 5 pacientes apresentaram estresse pós-evento (IES_R: G1 n=1 e G3 n=4). Conclusão: Na prática da fisioterapia é de suma importância a avaliação e acompanhamento da saúde mental dos pacientes em assistência, haja visto que todos os sujeitos aqui estudados apresentaram sinais de ansiedade e depressão. O estresse pós evento foi encontrado apenas nos observado em apenas 5 pacientes, 1 com DPOC e 4 COVID-19, os quais nós hipotetizamos estarem relacionados a dispneia gerada por estas doenças e a falta de um prognóstico positivo, seja pela cronicidade da DPOC e pelas incerteza da COVID-19.


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ISSN 2764-2135