O PERFIL PSICOEMOCIONAL EM PACIENTES INTEGRANTES NA REABILITAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
Resumo
Introdução: A carga de transtornos mentais consiste em um fenômeno em ascensão mundial, gerando impactos sobre a saúde e consequências sociais e econômicas. Estes influenciam na prescrição de exercício que reflete numa intervenção satisfatória para que o paciente adquira autonomia, independência e qualidade de vida, fatores estes que vão refletir na melhora dos transtornos psicológicos. Objetivo: Relatar a importância do papel da fisioterapia na saúde mental de pacientes integrantes de uma reabilitação cardiorrespiratória. Métodos: Estudo transversal, incluiu pacientes de ambos os sexos com diagnóstico clínico de COVID-19, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRM) ou Troca Valvar, que buscaram o Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiratória-LARECARE para tratamento através de um Programa de Exercícios Físicos (PEF) e consentiram formalmente participar da pesquisa. Foram excluídos os pacientes com déficit cognitivo ou aqueles que não completaram o tratamento ou que declinaram no estudo ao longo do tempo. No PEF os pacientes foram submetidos ao seguinte tratamento: exercício aeróbico progressivo, força e resistência muscular, 2x/semana, duração de 45 minutos por 15 semanas. Variáveis analisadas: alterações psicoemocionais [Inventário de Ansiedade e de Depressão Beck (BDA) (BDI)] e Estresse Pós-Traumático pela Escala de Impacto de Evento–Revisada (IES_R) com as subescalas intrusão, evitação e hiperestimulação. Após avaliação, os pacientes foram estratificados em três grupos conforme diagnóstico clínico: G1: DPOC (n=35), G2: RC (n= 19) e G3: COVID-19 (n=50). Os dados foram inseridos e analisados em planilha Excel e foram analisados em número amostral e frequência Resultados: sexo G1: DPOC= 18 homens, G2: RC=11 homens, G3: COVID-19=28 homens, idade G1: DPOC=68,3±8,0, G2: RC=57,2±8,4 e G3:COVID-19=54,2±15,0. Todos os grupos apresentaram sinais e sintomas de ansiedade [G1: BAI mínimo (n=28) BAI leve (n=7); G2: BAI mínimo (n=15) BAI leve (n=4); G3: BAI mínimo (n=34) BAI leve (n=16) BAI moderado (n=1)] e depressão [G1: BDI mínimo (n=28) BDI leve (n=3) BDI moderado (n=3) BDI grave (n=1); G2: BDI mínimo (n=16) BDI leve (n=3); G3: BDI mínimo (n=38) BDI leve (n=12) BDI moderado (n=1)] e apenas 5 pacientes apresentaram estresse pós-evento (IES_R: G1 n=1 e G3 n=4). Conclusão: Na prática da fisioterapia é de suma importância a avaliação e acompanhamento da saúde mental dos pacientes em assistência, haja visto que todos os sujeitos aqui estudados apresentaram sinais de ansiedade e depressão. O estresse pós evento foi encontrado apenas nos observado em apenas 5 pacientes, 1 com DPOC e 4 COVID-19, os quais nós hipotetizamos estarem relacionados a dispneia gerada por estas doenças e a falta de um prognóstico positivo, seja pela cronicidade da DPOC e pelas incerteza da COVID-19.
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ISSN 2764-2135