CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL MICROBIANA EM WETLANDS CONSTRUÍDOS COM BIOENERGIA APLICADA NA ELETRO-OXIDAÇÃO + UVV/UVC/O3 DE EFLUENTE HOSPITALAR.

Luiza Casarotto de Oliveira, Eduardo A. Lobo, Adriana Dupont, Carlos Alexandre Lutterbeck

Resumo


Células de combustível microbiana em wetlands construídos com bioenergia aplicada na eletro-oxidação + UVV/UVC/O3 de efluente hospitalar As atividades humanas são as principais fontes poluidoras comprometendo a qualidade da água no meio ambiente, já que todo tipo de contaminantes advindos de esgotos domésticos e industriais estão sendo liberados em sistemas aquáticos, em geral sem qualquer tipo de tratamento. Nesse sentido, hospitais são instituições que requerem atenção especial, em particular os efluentes provenientes das lavandarias, que têm em sua constituição substâncias orgânicas e inorgânicas, com altas concentrações de produtos químicos, tais como fármacos e seus metabólitos, sendo que os medicamentos anticâncer requerem uma especial atenção por causa de uma crescente demanda por tratamento quimioterápico, com destaque para o Metrotoxato (MTX) e a Ciclofosfamida (CTX). Ciente da problemática, a UNISC implantou um Sistema de Tratamento de Efluentes dentro do campus (ETE/UNISC), cujo objetivo é remover a matéria orgânica proveniente do esgoto doméstico gerado no campus, abrindo a possibilidade de tratar outros efluentes de águas residuárias. É um sistema convencional formado por uma grade, equalizador, reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo (UASB) e um biofiltro aerado. Complementar a este sistema convencional foi instalado um sistema de baixo custo multifuncional, composto por Células de Combustível Microbiana (CCM’s) em Wetlands Construídos (WC’s), integrando eletro-oxidação com célula eletrolítica, visando o controle de poluentes orgânicos associados às atividades da área da saúde. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou avaliar a eficiência deste sistema de tratamento de baixo custo multifuncional, para remediação de efluentes de lavanderia hospitalar, e as substâncias anticancerígenas (MTX, CTX) produzidas em escala laboratorial, através de ensaios ecotoxicológicos e genotoxicológicos utilizando como organismo-teste o microcrustáceo Daphnia magna. O cultivo e manutenção dos organismos-teste e os ensaios agudos e crônicos foram realizados no Laboratório de Ecotoxicologia da UNISC. Os resultados para os ensaios ecotoxicológicos para o MTX indicaram uma C(I)50 48h% = 39,2%, sendo classificada como uma amostra altamente tóxica. Já para a CTX, foi obtida uma C(I)50 48h% = 100,0%, sendo classificada como uma amostra sem toxicidade, característica que pode ser atribuída ao seu modo de ação. Com relação a MTX, os resultados em diferentes estudos mostram respostas distintas, indicando que o modo de ação pode ser tóxico para uns organismos-teste, e não tóxico para outros, ou seja, alguns organismos apresentam maior sensibilidade ao fármaco em questão. Já, as amostras da lavanderia hospitalar foram coletadas diretamente no ponto de saída de uma das máquinas de lavar, antes de seu descarte na fossa séptica. Avaliou-se a eficiência do sistema integrado, combinando CCM’s com WC’s. Com relação ao Índice de Dano (ID), os resultados da avaliação genotoxicológica evidenciam o forte potencial tóxico desses efluentes, embora ambas as unidades reduziram significativamente o potencial genotóxico das águas residuárias investigadas (p<0,05). Portanto, torna-se necessário buscar alternativas que possam tratar in loco as águas residuárias produzidas, uma vez que as estações convencionais de tratamento de efluentes não são projetadas para tratar esses efluentes e podem causar sérios efeitos negativos ao meio ambiente aquático.

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ISSN 2764-2135