USO DO CPAP NO ATENDIMENTO DE PACIENTES CARDIOPATAS E COM PROBLEMAS PULMONARES: RELATO DE CASO

Geovana coan, Natália Sachett, Carlos Eduardo Corrêa Nunes, Manuela Weber, Sophia Luiza Eich, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


INTRODUÇÃO: O Laboratório de Reabilitação Cardiorrespiratória-LARECARE, respaldado em um Programa de Reabilitação Física-PRF, executa um papel fundamental na recuperação de pacientes pós cirurgia cardíaca e com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica-DPOC. A inclusão de novas ferramentas terapêuticas, como a Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas-CPAP, é necessária em casos para otimizar a execução dos exercícios físicos. Os efeitos fisiológicos da CPAP incluem: melhor ventilação e oxigenação, diminuição da pós-carga do ventrículo esquerdo, aumento do débito cardíaco, melhora da capacidade residual funcional e da mecânica ventilatória e redução do esforço ventilatório. OBJETIVO: Relatar os casos de pacientes submetidos à PRF associada a utilização do CPAP. MÉTODOS: Relato de experiência de 2 pacientes cardiopatas (P1 e P2) e 1 paciente com DPOC (P3) do LARECARE, de abril a julho de 2022. As pacientes foram submetidas a avaliação multidimensional. Variáveis analisadas: clínicas (idade, sexo, peso, índice de massa corporal-IMC, razão cintura-quadril-RCQ, dinapenia (força de preensão palmar-FPP:<30Kgf para homens e <20Kgf para mulheres), consumo estimado de VO2 (questionário Duke Activity Status Index). Complicações pulmonares que embasaram a utilização do CPAP: P1 derrame pleural; P2 e P3 hipoventilação pulmonar. Cada paciente recebeu ˜ 20 sessões de PRF (2x/semana; 45 minutos) supervisionadas [sinais vitais: pressão arterial, saturação periférica de oxigênio (SpO2), frequência cardíaca, frequência respiratória, Escalas de Dispneia (dBORG) e Esforço Percebido de BORG (eBORG)], ausculta pulmonar. A PRF foi constituída de exercícios respiratórios e de forças com cargas individualizadas, movimentos funcionais, nos 3 casos foi utilizado o CPAP (modelo ResMed e interface máscara de mergulho adaptada) com os seguintes parâmetros pressóricos: P1 e P2= 10cmH2O; P3= 14 cm H2O. P3 também realizou treinamento aeróbio em esteira com o CPAP. RESULTADOS: P1, mulher, 52 anos, com comorbidades (infarto agudo do miocárdio; Diabete Mellitus; úlcera de pressão em região do calcanhar; membro inferior esquerdo com área de necrose); avaliação inicial: (IMC=27,6Kg/m²), (RCQ=0,97), FPP: 34,66 kgf (D=87,99%pred), aptidão cardiorrespiratória muito fraca (VO2est.=4,5Kg-1). Evolução: limitada, devido a úlcera de pressão em região do calcâneo, que impossibilitou a realização de diversos exercícios, e a progressão de carga se deu até 2kg em MMSS, realizou 20 sessões com CPAP e interrompeu a PRF devido às complicações da úlcera. P2, mulher, 63 anos, com comorbidades (hipertensão arterial sistêmica; estenose aórtica severa); avaliação inicial: (IMC=38,05Kg/m²), (RCQ=1,04), FPP:10,66kgf (D= 44%pred); aptidão cardiorrespiratória muito fraca (VO2est.=15,45Kg-1). Evolução: melhora perceptível nas 9 sessões de fisioterapia com CPAP, onde a carga implementada nas últimas em MMSS/MMII foi de 2 Kg. P3, mulher, 56 anos, com comorbidades (bursite no ombro E; tendinopatia no MSD e DPOC); avaliação inicial: (IMC=24,24 Kg/m²), (RCQ=0,91), FPP: (23kgf D= 87,06%pred), aptidão cardiorrespiratória muito fraca (VO2est.=13,45Kg-1). Evolução: realizou 58 sessões, 21 com CPAP, em seguimento introduziu TMI, as cargas em MMSS/MMII foram de 3kg. CONCLUSÃO: Os 3 casos clínicos das pacientes submetidas a PRF com a utilização do CPAP, obtiveram uma evolução positiva na capacidade funcional com incremento de atividades aeróbicas e treino de força.

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ISSN 2764-2135