RELATO DE CASO: EXÉRESE DE TECIDO DE GRANULAÇÃO EXUBERANTE EM UM EQUINO ATENDIDO NO SETOR DE GRANDES ANIMAIS DO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNISC.

Gabriel Ferreira, Bruna Carolina Bohm Schuster, Ketlin Streck Glashorester, Gabriele Biavaschi Silva, Leticia Reginato Martins, Eloisa Renata Luz

Resumo


A formação do tecido de granulação exuberante é uma afecção recorrente em equinos observada posterior a traumas lacerativos ou perfurativos, formando um excesso de fibrose que acaba se tornando uma barreira física, impedindo a coaptação das bordas. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso acompanhado no setor de grandes animais do Hospital Veterinário da UNISC. Trata-se de um equino, fêmea, aproximadamente sete anos de idade, sem raça definida apresentando uma grande massa de tecido granulomatoso no aspecto dorsal do metatarso do membro pélvico esquerdo. A paciente tinha histórico de trauma prévio na região com evolução de um ano. Durante a avaliação clínica a égua apresentava parâmetros dentro dos limites fisiológicos para a espécie, contudo apresentava edema no membro pélvico esquerdo e claudicação de origem mecânica devido ao tamanho da massa. A massa era firme a palpação e aparentemente pedunculada. Procedeu-se com exame radiográfico onde não foram observadas alterações dignas de nota. Após avaliação clínica e radiográfica optou-se, devido ao tempo de evolução e tamanho da massa, pela remoção cirúrgica. A cirurgia foi precedida por aplicação de medicação pré-anestésica, composta de xilazina via intravenosa, seguida de indução anestésica, por cetamina e diazepan, além de bloqueio epidural sendo aplicado no espaço sacrococcígeo com morfina e lidocaína. Previamente a abordagem de exérese, foi realizado garrote proximal a massa para minimizar hemorragia. O transoperatório contou com infusão em bolus de lidocaína e anestesia de manutenção inalatória com isoflurano em sistema fechado. As manobras de exérese contaram com incisões por bisturi na porção pedunculada auxiliado pela utilização de eletrocautério para melhor hemostasia, visto que mesmo sendo pedunculado estava bem aderido e sendo um local propenso para sangramento em excesso que dificultaria o trans e pós-operatório. Foi realizada a retirada de 15 quilogramas de massa. Devido ao tamanho da massa a ferida cirúrgica não houve tecido suficiente para fechamento da mesma. O pós operatório contou com tratamento para ferida por segunda intenção, sendo utilizado anti-inflamatório, analgésico e antibioticoterapia, além de terapia tópica com o uso de clorexidina degermante 2% e aquoso 0,2% seguido da aplicação de pomada de sufadizina de prata 1%, sendo um bom agente cicatrizante, seguido de bandagens compressivas de algodão. Os procedimentos de curativos foram feitos durante 14 dias, com intervalos de 48 horas entre eles, apresentando evolução clínica satisfatória. Após este período o animal recebeu alta sendo os tutores orientados a continuar o tratamento tópico até completa epitelização. Conclui-se que a remoção cirúrgica da massa foi efetiva visto que este animal apresentava grande alívio pós retirada da massa, o que impactará de forma positiva na diminuição de claudicação e edema do membro afetado. Cabe salientar que a sequencia de curativos e cuidados com o paciente são fundamentais para um bom prognóstico, visto que, sem manutenção de curativos a massa pode recidivar. Além disso mostra a importância de um atendimento de qualidade, pois este caso poderia ter sido tratado de forma prévia e efetiva, evitando todos estes impactos negativos causados ao animal, em relação ao bem estar e qualidade de vida do mesmo.


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ISSN 2764-2135