ESTUDO QUANTITATIVO: ANÁLISE TOMOGRÁFICA DE PRIMEIROS MOLARES SUPERIORES PERMANENTES COM ENDODONTIA E PRESENÇA DO CANAL MV2 NÃO TRATADO

Júlia Valkimil Tavaniello, Pedro Henrique Ferreira de Menezes, Márcia Helena Wagner, Magda de Sousa Reis, Luana Raiter Zucuni, Wesley Misael Krabbe, Kathleen Elizabeth Zimmer

Resumo


Introdução: O quarto canal localizado na raiz mesial (MV2), nem sempre é localizado durante o tratamento endodôntico, ainda que seja relatado com alta prevalência. E, o exame de Tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) tem auxiliado os profissionais no planejamento do tratamento e na confirmação, localização e anatomia do MV2. Objetivo: Este trabalho teve por objetivo desenvolver um estudo piloto para avaliar o percentual de canais MV2 não tratados através de análise tomográfica de Cone Beam (CBCT) usando de primeiros molares superiores permanentes com endodontia concluída. Materiais e métodos: A partir da análise de templates dos dentes 16 e 26 com endodontia prévia, foram selecionadas 115 tomografias Cone Beam, realizadas numa clínica particular de radiologia durante 2 anos. Para este estudo piloto, 20 arquivos DICOM foram selecionados aleatoriamente. As imagens foram analisadas através do software Blue Sky Plan 4®?, em reconstruções multiplanares (MPR), para confirmar a localização e não tratamento do canal MV2, sua classificação, secção transversal, grau de curvatura, radioluscência apical. Quando o canal MV2 já apresentava tratamento endodôntico, observou-se a qualidade e comprimento da obturação. Dois examinadores foram calibrados (endodontista e radiologista) e usaram um formulário no Google Forms para coleta dos dados. Resultados: Dos exames analisados, 70% foram realizados em 2020 e 30% em 2019, sendo o percentual maior (70%) do sexo feminino. A média de idade dos pacientes submetidos ao exame de CBCT foi de 52 anos. Quanto ao número de canais da raiz mesiovestibular na região cervical predominou o tipo II e na região apical a distribuição foi semelhante entre os tipos II e IV, segundo a classificação de Vertucci. A maioria dos canais MV2 encontravam-se não tratados. A secção transversal da raiz MV na região cervical foi achatada e na apical foi circular predominantemente. Aspectos como o grau de curvatura médio da raiz MV e a presença e extensão da radioluscência relacionada ou não à raiz MV tiveram maior discordância durante os exames de calibração inter-examinadores. Também na calibração intra-examinadora (Endodontista), vários dos aspectos observados apresentaram discordância nos resultados. Conclusão: O número de canais MV2 não tratados (12 dentes) foi maior nas imagens analisadas neste estudo piloto, apontando que o uso do exame CBCT pode ser um efetivo recurso auxiliar para o planejamento endodôntico. Para a sequência da pesquisa sugere-se revisão da calibração, criando um protocolo de visualização das imagens de acordo com o corte tomográfico em MPR.


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ISSN 2764-2135