ESTUDO QUANTITATIVO: ANÁLISE TOMOGRÁFICA DE PRIMEIROS MOLARES SUPERIORES PERMANENTES COM ENDODONTIA E PRESENÇA DO CANAL MV2 NÃO TRATADO
Resumo
Introdução: O quarto canal localizado na raiz mesial (MV2), nem sempre é localizado durante o tratamento endodôntico, ainda que seja relatado com alta prevalência. E, o exame de Tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) tem auxiliado os profissionais no planejamento do tratamento e na confirmação, localização e anatomia do MV2. Objetivo: Este trabalho teve por objetivo desenvolver um estudo piloto para avaliar o percentual de canais MV2 não tratados através de análise tomográfica de Cone Beam (CBCT) usando de primeiros molares superiores permanentes com endodontia concluída. Materiais e métodos: A partir da análise de templates dos dentes 16 e 26 com endodontia prévia, foram selecionadas 115 tomografias Cone Beam, realizadas numa clínica particular de radiologia durante 2 anos. Para este estudo piloto, 20 arquivos DICOM foram selecionados aleatoriamente. As imagens foram analisadas através do software Blue Sky Plan 4®?, em reconstruções multiplanares (MPR), para confirmar a localização e não tratamento do canal MV2, sua classificação, secção transversal, grau de curvatura, radioluscência apical. Quando o canal MV2 já apresentava tratamento endodôntico, observou-se a qualidade e comprimento da obturação. Dois examinadores foram calibrados (endodontista e radiologista) e usaram um formulário no Google Forms para coleta dos dados. Resultados: Dos exames analisados, 70% foram realizados em 2020 e 30% em 2019, sendo o percentual maior (70%) do sexo feminino. A média de idade dos pacientes submetidos ao exame de CBCT foi de 52 anos. Quanto ao número de canais da raiz mesiovestibular na região cervical predominou o tipo II e na região apical a distribuição foi semelhante entre os tipos II e IV, segundo a classificação de Vertucci. A maioria dos canais MV2 encontravam-se não tratados. A secção transversal da raiz MV na região cervical foi achatada e na apical foi circular predominantemente. Aspectos como o grau de curvatura médio da raiz MV e a presença e extensão da radioluscência relacionada ou não à raiz MV tiveram maior discordância durante os exames de calibração inter-examinadores. Também na calibração intra-examinadora (Endodontista), vários dos aspectos observados apresentaram discordância nos resultados. Conclusão: O número de canais MV2 não tratados (12 dentes) foi maior nas imagens analisadas neste estudo piloto, apontando que o uso do exame CBCT pode ser um efetivo recurso auxiliar para o planejamento endodôntico. Para a sequência da pesquisa sugere-se revisão da calibração, criando um protocolo de visualização das imagens de acordo com o corte tomográfico em MPR.
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ISSN 2764-2135