OTIMIZAÇÃO DO PROCESSAMENTO DE AMIDO A PARTIR DOS RESÍDUOS DA CADEIA PRODUTIVA DA MANDIOCA (MANIHOT ESCULENTA CRANTZ)

Daiana Rodrigues, Ana Lúcia Becker Rohlfes, Nádia de Monte Baccar, Mônica Ruhoff Carvalho, Liliane Marquardt, Valeriano Antonio Corbellini

Resumo


A mandioca (Manihot esculeta Crantz) é um tubérculo com grande valor nutricional e um dos alimentos mais consumidos no Brasil. Porém, a mesma também gera resíduos em seu processamento, como as ponteiras, casca e entrecasca, que, se não descartadas corretamente, podem causar problemas ao meio ambiente. Assim, considerando que as pessoas, cada vez mais, buscam uma vida melhor, mais saudável e mais sustentável, objetivou-se otimizar o processo de extração de amido e de amido resistente, bem como a determinação da composição centesimal destes subprodutos da mandioca. Para tanto, foram empregadas raízes de mandioca oriundas de uma propriedade agrícola do município de Vera Cruz/RS. Primeiramente, foram realizados os processos de lavagem, sanitização, corte e descascamento da mandioca para obter-se a polpa de mandioca e os resíduos entrecasca e ponteiras. Para a sanitização foi empregada solução de hipoclorito de sódio 150 mg L-1. Em seguida, foram efetuados os ensaios de extração do amido, empregando três solventes, a partir da polpa de mandioca, para adquirir-se o conhecimento das diferentes metodologias de extração. A primeira empregando água como solvente de extração (Silva, Silva & Sousa, 2019), a segunda pela aplicação de solução 10% oxalato de amônia/ácido oxálico 1:1 como solvente de extração (Liporacci, Mali & Grossmann, 2005), e, por fim, a utilização de solução de hidróxido de sódio 0,2% como solvente de extração (Santos et al.,2013). O amido extraído, com cada um dos solventes, foi desidratado em desidratadora com circulação de ar Marconi?, em temperatura de 45°C, por aproximadamente 24 horas. Após, repetiram-se os procedimentos de extração com a utilização da entrecasca e ponteiras da mandioca e as diferentes amostras de amido foram conduzidas para a determinação da composição centesimal. A partir dos passos já concluídos, foi possível verificar que é viável a extração do amido a partir da entrecasca e ponteiras da mandioca, com um bom rendimento, com os três solventes estudados. Contudo, o emprego da água permite um processo de extração/desidratação com menor tempo de processamento. Os teores de umidade obtidos revelam que todos os processos executados dão origem a um produto que atende a legislação brasileira, que segundo a Resolução RDC n° 711, de 1° de julho de 2022, é de 18% (g/100g). Na continuidade da determinação da composição centesimal estão sendo realizadas as análises de proteínas, fibras, lipídeos, cinzas, carboidratos e valor calórico. Os próximos desafios consistem em quantificar as variáveis acidez, pH, teor de amilose e amilopectina dos amidos produzidos, a fim de alcançar um maior conhecimento sobre as propriedades tecnológicas destes subprodutos. SILVA, A. C. G.; SILVA, N. S.; SOUSA, F. F. Pós-colheita do maracujá amarelo com revestimentos a base de amido da entrecasca de mandioca. Revista Verde. v. 14, n.2, abr.-jun, p.238-245, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.18378/rvads.v14i2.6220 LIPORACCI, J.S.N.; MALI, S.; GROSSMANN, M.V.E. Efeito do método de extração na composição química e nas propriedades funcionais do amido de inhame (Dioscorea alata). Semina: Ciências Agrárias, vol. 26, núm. 3, julio-septiembre, p. 345-352, 2005. ISSN: 1676-546X SANTOS, L.S. et al. Efeito dos métodos de extração na composição, rendimento e propriedades da pasta do amido obtido da semente de jaca. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.15, n.3, p.255-261, 2013. ISSN: 1517-8595.

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ISSN 2764-2135