Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc

Atualmente, sabe-se que a poluição ambiental é um fator de preocupação mundial, principalmente quando se trata da poluição atmosférica, tendo como principais responsáveis os combustíveis fósseis. Sabendo dos problemas de poluição e a inevitável escassez dos combustíveis fósseis, é imprescindível que se encontre maneiras de produzir biocombustíveis, que são renováveis e possuem impactos ambientais mínimos. O biodiesel é um desses biocombustíveis, que se obtêm através de um processo químico denominado de transesterificação, que consiste em reagir um álcool primário (metanol ou etanol) com os triacilgliceróis presentes nos óleos e gorduras renováveis, produzindo éster metílico ou etílico e glicerina, sendo que este éster poderá ser comercializado como biodiesel após passar por purificações e processos de qualidade. Além disso, observa-se que os óleos que contém elevada quantidade de ácidos graxos com cadeia longa (16 ou 18 carbonos) e que são monoinsaturados apresentam os melhores resultados para a produção de um biodiesel de qualidade. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi analisar o teor e o perfil lipídico da biomassa de várias microalgas e contextualizar com relação ao potencial de ser utilizada para a produção de biodiesel. Para a realização desse estudo, foram analisadas mais de 23 amostras de microalgas, seguindo o mesmo método de secagem, extração e análise. Primeiro foi realizada a secagem da biomassa (por secagem em estufa ou liofilização), após a secagem a extração dos lipídeos foi conduzida em triplicatas, seguindo o método de Bligh-Dyer, com a intenção de verificar o teor total de lipídeos de cada amostra. O produto da extração foi submetido a derivatização com BF₃-metanol 14%, resultando nos ésteres metílicos dos ácidos graxos (EMAG) presentes no triacilgliceróis das biomassas microalgais. Os EMAGs foram analisados por Cromatografia Gasosa Acoplada a Espectrometria de Massas (CG/EM). Os maiores teores de lipídeos obtidos após a extração Bligh-Dyer foram de 30%, 39% e 28% para as microalgas Nannochloropsis, Pavlova e Rhodomonas, respectivamente. Ademais, as amostras de Chlorella, Tetraselmis, Pavlova, Nannochloropsis e Isochrysis apresentaram elevada área relativa (%) de monoinsaturados (ácido palmitoleico e ácido oleico), sendo maiores que 37%. Concluiu-se que as amostras de Nannochloropsis e de Pavlova seriam as melhores para a produção de um biodiesel de alta qualidade, uma vez que possuem alto teor total de lipídeos e que apresentaram uma porcentagem elevada dos ácidos palmitoleico e oleico. Destaca-se que as cepas que originaram estas amostras serão produzidas em maior quantidade, em escala piloto, para que possamos realizar estudo de produção de biodiesel. Agradecimento: Laboratório de cultivo e biotecnologia de algas do DEPB UDESC, CNPq e FAPERGS.