QUALIDADE DA ÁGUA PARA ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL NA BACIA DE TAQUARI-ANTAS, RS, BRASIL

Juliana Reinke Rodrigues, Aline Teichmann, Demis P. Faqui, Luana B. C. Bender, Fabiane Bartz, Mateus Guterres, Eduardo A. Lobo, Adilson B. da Costa

Resumo


O saneamento tem sido cada vez mais um fator determinante no desenvolvimento humano, considerando os aspectos sanitários, sociais e econômicos, constituindo um dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas. A implementação de sistemas de abastecimento de água para consumo humano, tem se mostrado uma importante estratégia de saneamento. No entanto, muitas comunidades utilizam soluções alternativas de abastecimento, que podem ser classificadas em soluções alternativas coletivas (SAC) e soluções alternativas individuais (SAI). Muitas dessas soluções alternativas apresentam problemas de abastecimento qualitativos e quantitativos, que devem ser identificados e tratados de forma sustentável. Assim, este presente estudo teve como objetivo, desenvolver um diagnóstico da qualidade da água de abastecimento de 101 propriedades rurais localizadas na Bacia Hidrográfica do Baixo Taquari, região central do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. As amostras de água foram coletadas diretamente no ponto de uso, após o reservatório residencial, quando disponível. Todas as metodologias analíticas e de coleta de amostras utilizadas seguiram os padrões descritos na APHA (2005). Em cada uma das amostras, foram determinadas as seguintes variáveis: pH, temperatura, turbidez, dureza, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos, alcalinidade do carbonato, alcalinidade do bicarbonato, cloreto, sulfato, nitrato, flúor, ferro, magnésio, manganês, sódio, potássio e zinco. Os resultados analíticos indicam que 59 propriedades (58,4%) apresentavam problemas de água potável para abastecimento público. As variáveis críticas de potabilidade são manganês (2 propriedades), sódio (10 propriedades), pH (16 propriedades), flúor (40 propriedades), nitrato (2 propriedades) e sulfato (2 propriedades). Porém, a concentração excessiva de flúor é o principal problema de potabilidade da água, afetando 39,6% das propriedades investigadas (40 propriedades), considerando o limite estabelecido pela Portaria nº 10/1999, RIO GRANDE DO SUL (1999). Apesar de ser um agente importante para a inibição da cárie dentária, quando está concentração estiver adequada (entre 0,6 e 0,9 mg L-1). No entanto, o consumo de água com concentração excessiva de flúor é apontado como causador de uma patologia denominada fluorose dentária, que acomete principalmente nas crianças. O valor de flúor neste conjunto de amostras atingiu valores tão altos, tais como 5,7 e 6,0 mg L-1. Estes valores são aproximadamente 3 vezes superiores em relação ao valor máximo permitido para consumo humano. Além dos aspectos sanitários, essas características da água resultaram em uma série de problemas no sistema de distribuição, causando entupimento, incrustação e queima de equipamentos de aquecimento de água.

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ISSN 2764-2135