AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA E POTENCIAL DE DESCOLORAÇÃO DE CORANTES AZÓICOS A PARTIR DE NANOPARTÍCULAS DE FERRO PRODUZIDAS POR SÍNTESE VERDE.

Leandra Caroline de Souza, Sabrina Beloni Vaz, Lisianne Brittes, Thaís da Silva

Resumo


Introdução: Os corantes são amplamente utilizados em muitas indústrias, como a de processamento de alimentos, têxtil, curtumes, produção de papel e celulose e de cosméticos. Com o crescimento acelerado da população mundial a produção de alimentos industrializados é contínua e acaba por gerar grande volume de efluentes que podem causar grave poluição se liberados para o ambiente sem tratamento adequado. Visando a diminuição da poluição e a recuperação de áreas afetadas, pesquisadores buscam tecnologias inovadoras para o tratamento destes resíduos. A nanotecnologia se torna uma alternativa que possui benefícios já que consegue atuar na prevenção, tratamento e remediação dos poluentes. Nanopartículas são partículas pequenas que possuem tamanho variável de 1 a 100 nanômetros, e podem ser solúveis ou insolúveis,  assim como naturais ou sintetizadas. São utilizadas para diversas finalidades nos setores industriais já que conseguem interagir com diferentes componentes. Dentre os corante mais utilizados pelas indústrias encontram-se os azoicos que são compostos aromáticos com um ou muitos grupos de –N=N–, contendo três grupos essenciais em suas moléculas: cromóforo, auxocromo e a matriz, se tornando a classe líder de corantes sintéticos. A presença dos azo corantes no meio ambiente é extremamente preocupante porque são altamente tóxicos e resistentes à degradação. Objetivo: O objetivo deste estudo é sintetizar as  nanopartículas de ferro (FeNPs) utilizando extratos aquosos de Carmellia sinensis (chá-verde)  e Ilex paraguariensis (erva-mate) a fim de avaliar seu potencial de descoloração dos corantes azoicos amaranto e tartrazina e avaliar a atividade antimicrobiana das nanopartículas frente a sete cepas de bactérias Gram positivas e Gram negativas. Metodologia: A metodologia empregada para avaliar a atividade antimicrobiana foi o teste de ágar-difusão em discos. Resultados: Os resultados identificaram que as nanopartículas são moderadamente efetivas em bactérias Gram positivas, exceto em Bacillus amyloliquefaciens. Nanopartículas de ferro sintetizadas com chá-verde mostraram maior efetividade na ação inibitória sob Staphylococcus aureus e Bacillus badius. A bactéria Pseudomonas aeruginosa, Gram negativa, teve crescimento inibido pelas nanopartículas de ferro sintetizadas com chá-verde e erva-mate. O percentual de descoloração para o corante amaranto foi de 53% e para a tartrazina foi de 32%, quando utilizadas as nanopartículas sintetizadas com extrato de erva-mate. Conclusão: As nanopartículas sintetizadas por método verde tem efetividade útil em compostos bacterianos, sendo uma boa opção no processo de biorremediação de azocorantes além de sua ação antimicrobiana frente aos isolados, se tornando importante para fins clínicos e ambientais.

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ISSN 2764-2135