ESTUDO PRELIMINAR DO USO DE UM MIX DE MICROALGAS EM UMA CÉLULA DE COMBUSTÍVEL MICROBIANAS MICROALGAL (CCMM)

Anna Giullia Quintana Soder, Vanessa Rosana Ribeiro, Rosana de Cassia de Souza Schneider, Lisianne Brittes Benitez, Adriana Düpont

Resumo


Atualmente há uma preocupação na busca por fontes de energias alternativas, na tentativa de diminuir os impactos ao meio ambiente, causadas pela produção das energias convencionais com a extração de combustíveis fósseis. Neste contexto, vem crescendo as pesquisas relacionadas a tecnologias que sejam capazes de produzir energias limpas e renováveis. Outro ponto importante é a preocupação com a poluição dos recursos hídricos, que cada vez mais vêm sendo afetados pelo despejo de efluentes muitas vezes sem qualquer tipo de tratamento. Portanto, os sistemas fotobioeletroquímicos (SFBEs) surgem como uma tecnologia inovadora capaz de biorremediar efluentes e gerar bioenergias. Há diferentes tipos de SFBEs, sendo que o utilizado neste trabalho foi uma Célula de Combustível Microbianas Microalgal (CCMM), composto por duas câmaras as quais utilizam microalgas no lado catódico do sistema e bactérias no lado anódico. As CCMM podem fazer a conversão de energia química em energia elétrica a partir da degradação da matéria orgânica pelos microrganismos. O trabalho consistiu em testar a remoção de nutrientes de um efluente sintético por meio das bactérias e um mix de microalgas, além da geração de bioenergia. O experimento operou durante um período de dez dias em triplicata, e a remoção de fósforo foi avaliada, bem como a geração de bioeletricidade e produção de biomassa microalgal. Foi utilizado no lado anódico do sistema CCMM a bactéria Echerichia coli crescida em meio BHI (Brain heart infusion). E no lado catódico, foram inseridas um mix de microalgas (predominando Chlorella sp. e Euglena sp.) retiradas do Lagoa Armênia, em Taquari, mantidas em NPK (nitrogênio, fósforo e potássio). Foi utilizado um efluente sintético que mimetiza as condições de um efluente urbano, este foi inserido nas duas câmaras. A concentração inicial de fósforo foi de 437,43 mgL-1 e após a biorremediação pelas bactérias a média encontrada foi de 223,72 mgL-1 cerca de 48,86% de remoção. Para as microalgas a concentração inicial de fósforo era de 359,63 mg L-1 e a média encontrada para biorremediação de fósforo foi de 121,08 mg L-1 cerca de 66% de remoção. A média da bioeletricidade medida nos sistemas 1, 2 e 3 foi 99,83 mV, 281,80 mV e 206,93 mV respectivamente. Os valores de biomassa referente aos sistemas 1, 2 e 3 foram 1,718 g/L, 1,226 g/L mg e 1,442 g/L, respectivamente. Houve remoção de fósforo por ambos os microrganismos testados. Contudo o mix de microalgas obteve maior efetividade na biorremediação do fósforo 66% comparativamente com as bactérias que obtiveram 48,86% de redução. O sistema 2 da triplicata, apresentou maior produção de bioeletricidade (281,80 mV) comparativamente com os demais, durante os dez dias de experimento. Portanto, os CCMM na condição estudada são promissores como sistemas alternativos para produção de energias limpas, pois além de remediar o efluente, também gerou bioeletricidade.

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ISSN 2764-2135