POTENCIAL DE DESCOLORAÇÃO DO AMARANTO POR NANOPARTÍCULAS DE FERRO SINTETIZADAS COM EXTRATO AQUOSO DE ERVA-MATE (ILEX PARAGUARIENSIS)

Bruno Kauã Oliveira Rosa, Lisianne Brittes Benitez, Sabrina Beloni Vaz

Resumo


Os corantes azoicos são compostos aromáticos com um a muitos grupos –N=N– e constituem a classe líder de corantes sintéticos utilizados por diversos ramos industriais. Quando liberados no meio ambiente estes corantes apresentam uma grande capacidade de solubilização em água e ao tingirem os recursos hídricos dificultam a difusão da luz o que acarreta a diminuição do nível de oxigênio dissolvido na água, afetando a fotossíntese da vida aquática.  Além disso, esses compostos são recalcitrantes quando expostos à luz e à agentes oxidantes, exibindo baixa biodegradabilidade. Os métodos de tratamento convencionais como a adsorção, os métodos químicos e eletroquímicos apresentam limitações em termos de produção de poluentes secundários. Nesse contexto, a utilização de nanopartículas metálicas surge como uma opção viável no tratamento de águas residuárias e na degradação de corantes devido a sua elevada área superficial e reatividade. As nanopartículas podem ser sintetizadas a partir de diferentes métodos, como os químicos, os físicos e os biológicos. Os métodos biológicos se destacam por utilizar redutores ambientalmente amigáveis, minimizando assim a geração de subprodutos inúteis ou tóxicos. Esse tipo de síntese utiliza materiais biológicos como extratos vegetais, algas, bactérias ou fungos devido a presença de agentes redutores como, flavonóides e fenóis, por exemplo, capazes de reduzir os sais metálicos em nanopartículas. Este estudo teve por objetivo sintetizar  nanopartículas de ferro (FeNPs) utilizando o extrato aquoso de  Ilex paraguariensis (erva-mate) a fim de avaliar a influência da dose de adsorvente na descoloração do corante azoico amaranto. A metodologia utilizada para avaliar a eficiência de remoção dos adsorventes produzidos para o corante foi investigada por experimentos de adsorção em batelada. Para isso, a massa de adsorvente variou de 5 a  60 mg, foi utilizada em um volume de 100 mL de solução de corante 30 mg. L-1 em erlenmeyers de 250 mL incubados em agitador orbital shaker a 150 rpm, 30 °C durante 24 h. Posteriormente, as amostras foram centrifugadas a 12000 rpm por 5 minutos e a leitura das absorvâncias foi realizada em um espectrofotômetro UV-vis em comprimento de onda de 523 nm. Os resultados identificaram que a dose de nanopartículas influencia diretamente na taxa de eficiência de descoloração do corante, visto que, a descoloração  varia de 12 % para a dose de 0,25 g.L-1 FeNPs chegando ao máximo de 40% de descoloração do amaranto para a dose de 3 g.L-1. Os resultados preliminares do estudo mostram que as FeNPs sintetizadas utilizando extrato de erva mate são uma opção ambientalmente amigável para o tratamento de efluentes contaminados com corantes azóicos. 



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ISSN 2764-2135