ESTUDO DE CASO

Carine Overbeck Cortes, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O presente trabalho apresenta um estudo de caso de uma paciente atendida no Serviço Integrado de Saúde - SIS, desde novembro de 2020. A demanda da paciente foi espontânea. A abordagem utilizada durante os atendimentos é a abordagem de sistêmica. Esta abordagem possui diversos conceitos, entre eles o de transmissão multigeracionalidade, explanado no caso em questão. 

Os atendimentos realizados no SIS têm duração de 40 a 60 minutos, sendo uma das atividades obrigatórias para a validação da atividade de psicoterapia durante o período de estágio no local. Ainda, o estudo de caso faz parte de uma das atividades a serem realizadas no estágio e tem como objetivo apresentar um dos casos trabalhados durante o ano, relacionando com as teorias da abordagem de sistêmica e com a ênfase de processos clínicos. 

O interesse na realização do trabalho veio por se tratar de uma demanda de dependência emocional e apesar do pouco tempo de atendimento realizado, percebe-se a grande evolução da paciente. Desta forma, será apresentado a história da paciente, a dinâmica familiar e a hipótese clínica, correlacionando com a ênfase e com o self do terapeuta. Além disso, será apresentado o genograma da paciente. A paciente atendida tem 35 anos e reside em um município no interior do estado - RS com seu marido e sua filha. Formada em economia, a paciente trabalha hoje como monitora de escola. Até o momento, realizou-se dez atendimentos.

O caso demonstra o quanto o processo de diferenciação é fundamental para a saúde do paciente, que necessita ter sua individualização para romper as repetições que são passadas de outras gerações. Ainda, o pertencimento é importante para que o paciente possa sentir-se integrado e pertencendo a família. Cada família tem as suas crenças e sentidos, que vêm sendo construídos ao longo do tempo. 

Através do caso da paciente, é possível entender que sua mãe era uma pessoa rígida e que entendia que se uma mulher iniciasse um relacionamento, deveria permanecer neste, mesmo que existisse dificuldades e conflitos, pois para ela, era muito vergonhoso um casal se separar depois de um casamento. Ainda, entendia que um namoro deveria de qualquer forma se transformar em um casamento e assim por diante, fazendo entender que a paciente deveria ter um único relacionamento em sua vida.  

Assim, é possível entender que existia muitas repetições familiares por parte da paciente, que acreditava que o seu casamento deveria permanecer mesmo com todos os conflitos, pois a mãe entendia que o correto seria manter essa relação, destacando sempre que foi uma escolha da paciente e que a mesma deveria arcar com isso por toda vida. Quando essa mãe adoeceu, a filha começou a perceber que poderia ser diferente e que esta não era as expectativas que ela havia criado para a sua vida. Desde então, iniciou-se a diferenciação da paciente. Durante o tempo de acompanhamento no serviço, é possível observar grande transformação e engajamento da paciente com o seu processo terapêutico, o que auxiliou nessa diferenciação.


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ISSN 2764-2135