AÇÕES EM SAÚDE: BUSCA ATIVA PSICOLÓGICA PARA PACIENTES EM PRIMEIRA QUIMIOTERAPIA.

July Weiss Batista, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O presente trabalho trata-se do relatório de ações em saúde, realizado no Estágio Integrado em Psicologia I e II, durante o período de agosto de 2021 a julho de 2022, no Centro de Oncologia Integrado do Hospital Ana Nery. Essa é uma das atividades obrigatórias a serem realizadas e validadas no estágio, que consistiu no projeto de Busca Ativa Psicológica a Pacientes em Primeira Quimioterapia.

O conceito de promoção de saúde é visto como uma estratégia de apresentar possibilidades aos indivíduos, fornecendo informações que auxiliam no momento de tomada de decisões frente a situações de adoecimento, por isso, a criação do projeto para atendimento psicológico aos pacientes em primeira quimioterapia configura-se de extrema importância para os sujeitos que se encontram em um processo de adoecimento por câncer. São muitas as angústias e receios neste momento, ainda mais diante do início de um tratamento longo e repleto de paradigmas sociais, como a quimioterapia.

A Ação em Saúde nasceu de inquietações vivenciadas durante o estágio, a partir de perceber a necessidade de acolhimento psicológico aos pacientes que estavam iniciando o tratamento quimioterápico. Existem muitos tabus em torno do adoecimento por câncer. Quando falamos em câncer, logo se relaciona a sofrimento intenso, dores, destruição e morte. E ao falarmos sobre os tratamentos oncológicos, a quimioterapia, principalmente, adquire uma imagem obscura. São muitas as fantasias que giram em torno deste tratamento, constantemente associado à decrepitude da autoimagem. Esse foi mais um dos fatores que incentivou a elaborar uma ação em saúde focada nos pacientes que estavam iniciando o tratamento.

Durante a experiência, foram atendidos cerca de 15 pacientes, os quais, muitas vezes, desejavam manter acompanhamento psicológico após o primeiro acolhimento. Dado às muitas dificuldades e sofrimentos vivenciados pelos pacientes oncológicos, a Ação em Saúde apresentou grandes benefícios a este público, uma vez que proporcionou um espaço de acolhimento e de escuta, criando uma esfera de acolhimento às demandas emocionais dos pacientes que muitas vezes não conseguiam comunicar à família. Tornou-se um espaço para expressar seus medos, angústias, receios e, inclusive, refletir sobre a morte e finitude da vida, o que é muito difícil.

As ações em saúde visam exatamente educar, promover e levar informação sobre os processos de saúde e doença, prevenindo, mas também educando quando a doença já existe, em uma forma de garantir a autonomia do paciente, apresentar seus direitos, que muitas vezes são desconhecidos. Mas para que esse trabalho seja possível, é importante que se conheça a realidade dos sujeitos, bem como os seus entendimentos acerca do adoecimento e as representações no seu imaginário.

A Ação em Saúde também resultou em perceber e enfatizar a importância da psicologia dentro das instituições hospitalares e na atuação para com pacientes oncológicos. O psicólogo é dono de um saber e de uma prática que pertence somente a ele, que com recursos e técnica auxilia o paciente a reconectar-se consigo mesmo, dentro do seu processo de adoecimento.

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ISSN 2764-2135