TEÓRICO ANALÍTICO I
Resumo
Teórico analítico l
Este trabalho abordará o estudo de caso realizado a partir do atendimento clínico no Serviço Integrado de Saúde – SIS, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), no qual busca-se correlacionar a teoria com a prática vivenciada no processo terapêutico. O caso refere-se a uma paciente identificada como “P” (43 anos), atualmente reside com seu marido “J” (43 anos) e sua mãe “D” (66 anos). A paciente iniciou o processo terapêutico em junho de 2021 no Serviço Integrado de Saúde (SIS), onde foi encaminhada pela ESF próximo de sua residência. A paciente chegou ao serviço relatando sua trajetória de vida, sem estrutura familiar de apoio e com episódios de abuso sexual na infância, sente-se triste por ter abdicado de seus sonhos para cuidar de sua mãe, com quem possui uma convivência conflituosa. A hipótese para melhor entendimento do caso são: Conflitiva Familiares, traumas, transtorno depressivo maior (F32.O) e falta da rede de apoio familiar desde infância e adolescência.
De acordo com Minuchin (1990) a família busca diferenciar-se e realizar suas funções através dos subsistemas. Os subsistemas possuem diferentes funções, criando demandas para cada um de seus membros, o amadurecimento de práticas interpessoais no contexto dos subsistemas depende da autonomia de um subsistema não interferir no outro. Para que ocorra de forma adequada o funcionamento familiar, as fronteiras precisam estar nítidas e definidas para que cada integrante possa pôr em prática suas funções, sem mediações indevidas.
Por conseguinte, podemos ter um entendimento da dinâmica familiar de “P”. Paciente cresceu num ambiente familiar com diversos padrões disfuncionais que resultaram em prejuízos na vida adulta, desta forma, nota-se fronteiras difusas sem papéis definidos, com subsistema parental enfraquecido. A tarefa dos pais é nutrir, guiar e proteger os filhos. O abuso sexual ocorrido, deixou a paciente enquanto criança e adolescente confusa sem saber ao certo qual seu papel no âmbito familiar, continuando essa confusão também na fase adulta. Os conflitos mal resolvidos entre os pais também influenciou na separação das funções parentais das conjugais, constantemente paciente era utilizada para regular as tensões existentes no subsistema conjugal, exigindo que “P” tomasse partido de um ou de outro, colocando-a numa situação paralisante (SILVA et al, 2012).
Referências:
MINUCHIN, S. Famílias: funcionamento e tratamento, Tradução de Jurema Alcides Cunha. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1990.
SILVA, et al (2012). As relações entre os subsistemas conjugal e parental durante a transição para a parentalidade.
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ISSN 2764-2135