DIVÓRCIO PARENTAL: A SEPARAÇÃO DOS PAIS NA PERSPECTIVA DOS FILHOS

Gabriella Soares Hopp, Eduarda Gerlach Priebe, Tainá Kruening, Cristiane Davina Redin Freitas

Resumo


O número de separações conjugais cresce consideravelmente a cada dia. Por mais que a compreensão acerca das modalidades familiares tenha se ampliado para além da família nuclear, é sabido que a ruptura no casamento dos pais ainda gera consequências na vida dos filhos, sejam eles crianças ou adolescentes. Diante disso, esta pesquisa objetivou refletir sobre a produção de sentidos dos sujeitos acerca da separação de seus pais, a fim de compreender quais foram as percepções desses sobre o divórcio, quais os sentimentos que emergiram ao longo desse processo e quais as mudanças na convivência familiar decorrentes dessa desunião parental. Para tanto, este estudo foi de cunho qualitativo, com abordagem exploratória e descritiva e teve como público-alvo 10 adultos jovens, com idades entre 19 e 25 anos, que passaram pelo vivência do fim do casamento de seus pais durante a infância ou adolescência. A produção de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas que ocorreram de modo online através da plataforma Google Meet e a análise de dados foi feita à luz da perspectiva metodológica de Mary Jane Spink, sobre a produção de sentidos. Para dar suporte à análise, além das entrevistas transcritas, foram construídas categorias dos principais assuntos e falas que se destacaram ao longo da entrevista de todos os participantes. Destaca-se que este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Como resultados, percebeu-se que os indivíduos que vivenciaram a separação dos pais na faixa etária da adolescência puderam compreender melhor a situação e as questões relacionadas a esse processo, devido a maior maturidade cognitiva do que as crianças. Também, identificou-se que, após o fim da relação conjugal, comumente ocorre o afastamento dos filhos de um dos genitores devido a dificuldade de comunicação em relação ao cuidado compartilhado. Além disso, compreendeu-se que o divórcio é marcado por um período turbulento, com brigas, ameaças e alienações parentais e que esses problemas impactam diretamente os filhos em aspectos tais como o amadurecimento precoce, a baixa no rendimento escolar e as dificuldades nos atuais relacionamentos amorosos. Por fim, entendeu-se a psicoterapia como uma importante ferramenta para auxiliar os sujeitos no processo de separação, visto que oferece-se um espaço para exteriorizar os sentimentos, os pensamentos e fazer reflexões a respeito do que estavam vivenciando. Dessa forma, com base nesta pesquisa, concluiu-se que diversos sentimentos perpassaram os filhos no término do casamento de seus pais, tais como tristeza, incompreensão, culpa, raiva, confusão e alívio. Assim, demonstra-se que a psicoterapia é uma interessante aliada como apoio nesse difícil momento, a fim de contribuir para uma perspectiva mais saudável e adaptativa em meio aos desafios e à continuação da vida.

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ISSN 2764-2135