Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc

Este resumo apresenta um recorte do trabalho de conclusão intitulado “Impactos das aulas remotas para os estudantes do curso de psicologia durante a pandemia do covid-19”, concluído em 2022. A pesquisa visou investigar as percepções dos acadêmicos do curso de Psicologia de uma universidade no interior do Rio Grande do Sul sobre as aulas remotas durante a pandemia. Também, verificar os principais desafios e possibilidades enfrentados no ensino remoto pelos acadêmicos do curso de Psicologia desta universidade. As aulas remotas são atividades de aulas síncronas e assíncronas. A primeira - as aulas síncronas – ocorre com a presença em tempo simultâneo com o professor através de plataformas digitais, podendo o aluno sanar suas dúvidas em tempo real com o discente. Há um horário a ser cumprido e é realizado no mesmo horário das aulas presenciais. Nas aulas assíncronas, não ocorre a interação ao vivo entre professores e acadêmicos. As aulas são gravadas pelo docente e disponibilizadas em um ambiente virtual de ensino. O método da pesquisa é quantitativo. Participaram do estudo 77 estudantes entre o quinto e o décimo segundo semestre do curso. O instrumento de coleta de dados foi um questionário via Google Forms. Os dados resultantes da coleta foram analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) for Windows 20.0 através da estatística descritiva (frequência e percentual). Com o intuito de os alunos identificarem os principais desafios e possibilidades do ensino remoto, elaborou-se questões de múltipla escolha. Os dados nos mostram que as principais facilidades percebidas pela amostra foram evitar o deslocamento até a universidade (93,5%), conforto (79,2%), poder assistir a aula novamente (72,7%), praticidade (71,4%) e redução de custos (66,2%). Estes pontos positivos elencados pelos acadêmicos também estão presentes em outros estudos com professores do ensino superior, que relatam como maior vantagem das aulas remotas o fato de não ser necessário o deslocamento até a universidade, sendo assim, evitando gastos. As principais dificuldades apontadas pelos estudantes foram a falta de socialização com colegas e professores (72,7%), a dificuldade de concentração (62,3%), manter a produtividade (55,8%) e interferências externas (54,5%). Desse modo, a falta de socialização foi considerada a maior dificuldade enfrentada pelos universitários. Isso implica dizer que houve uma queda de momentos proporcionados para discussões, bem como na interação ativa entre alunos e professores na construção da aprendizagem e pensamento reflexivo. Frente a isso, destacamos que o processo de aprendizagem humano vai muito além do que apenas deter capacidades intelectuais e cognitivas. No aprender envolve um item muito importante: a afetividade e a relação professor-aluno. Estes itens proporcionam vínculo entre aquele que ensina e aquele que aprende, facilitando, assim, a aquisição e elaboração do conteúdo pelo aluno. Precisamos do outro (sujeito) para aprender.