A TECNOLOGIA SOCIAL COMO CAMINHO PARA EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Maria Eduarda Rockenbach Dullius, Gabriela da Silva Oliveira, Gabriella Soares Hopp, Stefanni Vargas Silveira, Letiane de Souza Machado, Suzane Beatriz Frantz Krug, Edna Linhares Garcia

Resumo


O termo “tecnologia” é conhecido como um conjunto de métodos e técnicas que são desenvolvidas em grande maioria pela indústria ou engenharia. No entanto, não se limita somente a essas esferas de conhecimento e se amplia para outros campos de pesquisa. Dentre seus tipos, a Tecnologia Social (TS) tem como proposta unir os saberes populares e científicos para que haja a possibilidade da criação de novas soluções para a inclusão social. A TS deve ser um processo ou produto desenvolvido de forma simples, acessível e de fácil replicabilidade, e que no campo da saúde, possa colaborar na construção de novas estratégias para ações de educação em saúde. Caracterizada como um processo pedagógico com foco na apropriação do conhecimento das práticas em saúde pela população, deve ocorrer de modo horizontal e participativo. Esse resumo objetiva discutir acerca da TS como estratégia para o desenvolvimento de ações de educação em saúde. Trata-se de um ensaio reflexivo, desenvolvido a partir de uma revisão da literatura científica e textos jornalísticos sobre a temática. A necessidade de refletir sobre o tema surgiu a partir do projeto de pesquisa “Produção de Sentidos Acerca da Drogadição: panorama do uso de drogas sob o enfoque do adolescente e da família na intersecção do contexto escolar, PSE e CAPSia em Santa Cruz do Sul”. A TS é formulada a partir de quatro dimensões, que dialogam com os conceitos e objetivos da educação em saúde. Sendo a primeira: conhecimento, pesquisa e ciência, que compreende a fundamentação da TS nas demandas da comunidade, valoriza e constrói articulações entre os saberes populares e científicos, visando a centralidade do campo da educação em saúde, tendo como estratégia integrar o saber coletivo para que haja melhoria da qualidade de vida e na promoção à saúde. A segunda: participação social, que prevê a apropriação e a busca da garantia dos direitos da comunidade, fazendo com que a população participe ativamente em todos os processos de planejamento e desenvolvimento da TS. Nesse sentido, a educação em saúde possibilita o diálogo entre a comunidade e segmentos institucionais, para que se crie um espaço de reflexões e trocas de experiências. A terceira dimensão: relevância social, apresenta a TS como propositora de ações e reflexões em relação às necessidades e problemas sociais, em concordância à educação em saúde, que colabora com práticas que propõem o fortalecimento da defesa de direitos e do conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). Por fim, a última dimensão: educação, evidencia o papel fundamental da TS na construção coletiva e de multiplicação dos conhecimentos, bem como, da valorização dos saberes locais, visando a apropriação e autonomia dos sujeitos. A respeito disso, como um de seus princípios, a educação em saúde colabora para o desenvolvimento da consciência crítica e reflexiva do indivíduo, para que este possa ser um ser capaz de opinar em decisões de saúde para cuidar de si, de sua família e da coletividade. Dessa forma, é notória a potência da TS como ferramenta para busca de soluções de problemas sociais através das ações de educação em saúde, que impulsionam a participação social nessas soluções. Por conta de suas quatro dimensões, a TS pode ser utilizada em diversas ações de educação em saúde, especialmente no SUS, o que contribui para seu fortalecimento, também incentivando a participação do indivíduo no controle e fiscalização dos serviços de saúde.

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ISSN 2764-2135