COMPREENDENDO O CONTEXTO DOS MIGRANTES VENEZUELANOS

JULIA BASSAN FRANCO, Bruna Mariel Markmann, Eunice Maria Viccari, Suelen Ferreira Moraes, Mariana Dalalana Corbellini

Resumo


Esta é parte do trabalho realizado através do GTARI – Grupo de Trabalho em Apoio a Refugiados e Imigrantes da Unisc, que desenvolve ações de extensão em municípios de abrangência da Unisc. O trabalho realizado com imigrantes e refugiados através de uma equipe multidisciplinar composta por professores e estudantes dos cursos de Relações Internacionais, Serviço Social, Comunicação Social e Direto. Com a crise econômica e social na Venezuela, cidadãos venezuelanos têm buscado diversos países, especialmente os latino-americanos, para reconstruírem suas vidas.  O governo brasileiro adotou quatro áreas de atuação na resposta à migração venezuelana: fornecimento de acomodação e assistência humanitária básica nos abrigos para migrantes em Roraima; Realocação de migrantes em outros Estados do País (interiorização); Integração de migrantes na sociedade brasileira e no mercado de trabalho; Apoio aos migrantes dispostos a voltar para a Venezuela voluntariamente. O GTARI vem acompanhando os dados relativos ao Rio Grande do Sul e, particularmente, dos municípios de abrangência da UNISC e se envolvendo com assessorias quanto ao alcance dos direitos sociais para esta população. Aqui será apresentado o início de um trabalho de mapeamento quantitativo desta população.  O objetivo do trabalho é conhecer o número de venezuelanos imigrantes e refugiados residentes em municípios do Vale do Rio Pardo. A metodologia utilizada foi o acompanhamento dos dados através do Painel da ACNUR- Agência da ONU, associado aos registros de diários dos atendimentos, realizados e de contatos com as redes socioassistenciais dos municípios. Como principais resultados podemos ver que entre abril de 2018 e julho de 2022 mais de 80 mil venezuelanos foram interiorizados no Brasil. Ao final desse período estavam interiorizados no Rio Grande do Sul 12.156 venezuelanos, sendo 354 na cidade de Venâncio Aires e 8 em Santa Cruz do Sul. Quanto a gênero, existe uma proporcionalidade entre homens e mulheres; a experiência profissional para inserção no mercado de trabalho, predominam trabalhadores da construção civil e experiência como cozinheiros. Observa-se que os imigrantes refugiados, estão mais protegidos por estarem inseridos no Programa de Interiorização, entretanto os venezuelanos imigrantes que chegaram por conta própria, estão mais suscetíveis e tendem a   buscar com mais frequência os serviços da rede socioassistencial diante das vulnerabilidades sociais a que estão expostos. Como conclusões preliminares pode-se levantar duas questões que se colocam como desafio: dificuldade de quantificar o número de imigrantes residentes nos municípios de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires para além dos que se encontram em situação de refúgio e a necessidade de fortalecer políticas públicas cujos serviços possam dar retaguarda quanto a informações para os que se deslocaram individualmente de Venezuela para o Brasil.

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ISSN 2764-2135