DEMANDAS DE SAÚDE MENTAL E OS DESAFIOS DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL FRENTE A FRAGILIDADE DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO MUNICÍPIO DE LAJEADO/RS

Ana Paula Silva Giacomini, Marta Von Dentz

Resumo


Este estudo, apresentado resumidamente, objetiva examinar os desafios postos ao trabalho do assistente social em uma unidade de pronto atendimento 24h no município de Lajeado/RS, no atendimento a demandas de saúde mental. Está sendo desenvolvido durante o Estágio Curricular Obrigatório em Serviço Social, e servirá de base para o Trabalho de Curso em Serviço Social. A metodologia do estudo se dará através de pesquisas bibliográficas e de levantamento de dados extraídos por pesquisa realizada na UPA quanto a quantidade e qualificação de atendimentos realizados.

O trabalho da assistente social na UPA 24h - Lajeado, tem como principal demanda pacientes de saúde mental, que em sua grande maioria são pessoas em vulnerabilidade social, apresentando situações que necessitam de diversas intervenções e articulações com a rede socioassistencial do município.

Para além da vulnerabilidade social, o paciente de saúde mental enfrenta os desafios da fragilidade de estrutura na Rede de Atenção Psicossocial do município. Conforme define o Ministério da Saúde, a Rede de Atenção Psicossocial é um instrumento para o cuidado integral à saúde mental da população brasileira. Pela diversidade dos estabelecimentos e serviços, as diretrizes e princípios da RAPS estão ancorados nos direitos humanos, e a execução de ações acontece via meios intra e intersetoriais, em redes capilarizadas nos territórios. Visa o atendimento integral e humanizado do paciente, para o que é necessário um atendimento contínuo e com o estabelecimento de vínculo.

A criação dessa rede objetiva a integração do cuidado à saúde mental, através dos serviços de base territorial que articulados em todos os níveis e pontos de atenção do SUS, deverão oferecer o cuidado ao paciente em diversas dimensões dentro do contexto sociocomunitário.

No atendimento aos pacientes de saúde mental que chegam a UPA podemos identificar a fragilidade e a falta de articulação dos serviços que compõem a RAPS. O que reflete em fluxo exacerbado de atendimentos na UPA e pode ocasionar prejuízo ao tratamento do paciente, considerando que muitos pacientes ficam por dias na UPA aguardando a disponibilidade de leito hospitalar, possibilitando o agravamento do quadro, a evasão e contribui com a reincidência de atendimentos. Levando em consideração que a UPA não tem atendimento de médico psiquiatra e não é uma unidade de internação, portanto, não possui estrutura para manter os pacientes por mais de 24h.

Através das reuniões da saúde e de intersetorialidade vem sendo discutido ampla e persistentemente essas situações, que são apresentadas através do levantamento de dados dos atendimentos realizados na UPA e na rede. Dados esses que vem comprovando a necessidade de investimentos no quadro profissional dos equipamentos da rede, para que seja possível alcançar os objetos de atendimento com resultados significativos para o paciente e a redução de fluxo na UPA e consequentemente a diminuição da necessidade de internação psiquiátrica em hospitais.


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ISSN 2764-2135