COMPOSIÇÃO CORPORAL ASSOCIADA AO CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES ENTRE BRASILEIROS E ESPANHÓIS: UM ESTUDO COMPARATIVO

Munithele Moraes Eisenhardt, Patrícia Molz, Diene da Silva Schlickmann, Gabriela Cristina Uebel, Eduarda da Silva Limberger Castilhos, Mariana Gabriela Lapa dos Santos, Silvia Isabel Rech Franke

Resumo


Introdução: A busca por saúde e definição corporal tem motivado pessoas de todo o mundo à prática de exercícios físicos em academias. Além disso, o consumo de suplementos alimentares também tem sido bastante difundido entre os usuários de academias como forma de atingir rapidamente a definição corporal. Objetivo: Comparar a composição corporal entre usuários de academias, brasileiros e espanhóis, e relacionar com o uso ou não de suplementos alimentares. Metodologia: Estudo transversal descritivo realizado com praticantes de exercícios físicos em academias de Santa Cruz do Sul, RS, Brasil e de Madrid, Espanha. Incluiu-se no estudo, indivíduos com idade superior a 20 anos, com jejum de quatro horas e que não praticavam exercícios vigorosos nas quatro horas que antecederam a avaliação da composição corporal. Excluiu-se do estudo gestantes e cardiopatas em função de não atenderem às condições para a avaliação corporal pela bioimpedância. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário online com questões demográficas (idade e sexo) e sobre consumo de suplementos (se usavam ou não). As variáveis de composição corporal (percentual de gordura corporal, percentual de massa muscular e gordura visceral) foram avaliadas utilizando balança de bioimpedância Omron®, classificados de acordo com os valores de referência (abaixo, normal e alto/muito alto), segundo o sexo e a idade. Realizou- se as análises estatísticas no software Statistical Package for the Social Sciences (23.0). A análise log linear hierárquica foi realizada para determinar diferenças na classificação da composição corporal e uso de suplementos em praticantes de academia de Madrid/Espanha e Santa Cruz do Sul/Brasil. Análises adicionais, utilizando o teste de ?2, foram realizadas. O nível de significância utilizado foi p<0,05. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC (parecer 3.267.789). Resultados: O presente estudo foi realizado com 96 e 67 praticantes de academias, brasileiros e espanhóis, respectivamente. A maioria dos avaliados era do sexo feminino (50,9%) e idade média de 40,06±14,51 anos. A prevalência do consumo de suplementos entre os brasileiros foi de 25,0% e entre os espanhóis foi de 40,3%. Avaliando o termo de interação de três vias de classificação da composição corporal*país*consumo de suplementos, pela análise log linear hierárquica, verificou-se efeito significativo para percentual de gordura (p<0,001), percentual de massa muscular esquelética (p<0,001) e gordura visceral (p<0,001). Análises adicionais, pelo teste ?2, mostraram que a maioria dos praticantes de academias do Brasil que não usavam suplementos apresentaram alto percentual de gordura (70,8%; p<0,001). Entre os consumidores de suplementos alimentares, 60% dos espanhóis apresentaram baixo percentual de gordura, enquanto que 58,3% dos brasileiros tinham alto percentual de gordura (p<0,001). Além disso, somente os indivíduos que não consumiam suplementos apresentaram significativamente maior prevalência de percentual de massa muscular esquelética classificada como normal, independente do país (59,7% Brasil e 50,0% Espanha; p=0,002). Ainda, o teste ?2 não mostrou diferença estatística entre o nível de gordura visceral entre os indivíduos brasileiros e espanhóis que usavam (p=0,524) ou não (p=0,177) suplementos. Conclusão: Os achados deste estudo sugerem que há diferença na composição corporal associada ao consumo de suplementos alimentares entre brasileiros e espanhóis.

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ISSN 2764-2135