O USO DOS LABORATÓRIOS DE ENSINO EM BIOLOGIA DA UNISC COMO RECURSO DE APRENDIZAGEM

Betania Alves de Araújo, Eduarda Bender, Taís da Rosa Flores, Tania Bernhard

Resumo


Discutir o papel da experimentação no ensino, especificamente nas Ciências
Biológicas, passa a ser fundamental para reconhecer que experimentar em
Ciências significa “submeter à experiência” ou “submeter a provas” empíricas as
ideias, as suposições, as predições (hipóteses) referentes a determinado fato.
Esta estratégia envolve o planejamento inicial das observações, experimentos,
medidas e demais operações instrumentais seguida então, da realização das
operações experimentais e coleta de dados empíricos para continuar com a
organização e interpretação dos dados. Ao final, completa-se pela conclusão para
o estabelecimento de novas relações e inferências. O uso do laboratório como
recurso para esta aprendizagem, é de extrema importância. Com base nisso,
buscou-se através de utilização dos laboratórios de ensino do curso de Ciências
Biológicas, desenvolver atividades práticas, relacionando-as com a teoria
trabalhada pelos professores no ensino regular de quatro escolas vinculadas ao
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, sendo três
estaduais e uma municipal, as quais não possuem estrutura suficiente para a
realização das mesmas, promovendo a inserção da comunidade escolar no
âmbito dos laboratórios de ensino da Universidade. No total foram atendidos 320
alunos. Estas atividades foram realizadas nos laboratórios de microscopia e
zoologia da Universidade de Santa Cruz do Sul, durante os meses de abril a
junho do ano corrente. Foram observadas e confeccionadas lâminas de histologia
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
e citologia, com ênfase nas práticas “mucosa oral” e “epiderme da cebola” para os
anos finais do ensino fundamental e, para o ensino médio, além da visualização
de lâminas permanentes, foram realizadas práticas de Biologia Celular, como a
“batata chorona” demonstrando a osmose. Durante as atividades também foram
realizadas visitas ao laboratório de zoologia, para a visualização dos animais
presentes na coleção didática, dispostos em mesas conforme sua classificação
taxonômica, permitindo aos alunos a observação, analise e manipulação do
material ali presente, além do esclarecimento de dúvidas sobre a ecologia e
anatomia dos mesmos. A inclusão da experimentação no Ensino de Biologia
torna-se fundamental, pois exerce a função pedagógica de apoio aos alunos para
a relação da teoria (leis, princípios, etc.) com a prática (trabalhos experimentais).
Isso propiciará aos alunos condições para uma maior compreensão dos
conceitos, do desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes, para que
assim eles entendam melhor o mundo em que vivem. Por isso a necessidade de
haver uma relação entre os conteúdos trabalhados em sala de aula e o cotidiano
dos alunos, não apenas aulas sem relação alguma com a vida dos mesmos
(NANNI, 2004). As atividades práticas como as citadas, demostram grande
importância, pois além de constituírem importante acervo para a conservação e
entendimento da diversidade, contribuem significativamente para o ensino,
permitindo que os alunos tenham contato com esse material melhorando assim a
sua aprendizagem, bem como tornando visível aos discentes a percepção das
estruturas microscópicas, e dos animais, vistos até então, somente através de
fotos e imagens dos livros didáticos. Segundo Krasilchik (2005), “As aulas de
laboratório têm um lugar insubstituível no ensino da Biologia, pois desempenham
funções únicas: permitem que os alunos tenham contato direto com os
fenômenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando
organismos”. A formação de uma atitude científica está intimamente vinculada ao
modo como se constrói o conhecimento (FUMAGALLI, L. 1993). Na aula prática, o
aluno desenvolve habilidades processuais ligadas ao processo científico, tais
como capacidade de observação (todos os sentidos atuando visando à coleta de
informações), inferência (a partir da posse das informações sobre o objeto ou
evento, passa-se ao campo das suposições), medição (descrição através da
manipulação física ou mental do objeto de estudo), comunicação (uso de palavras
ou símbolos gráficos para descrever uma ação, um objeto, um fato, um fenômeno
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
ou um evento), classificação (agrupar ou ordenar fatos ou eventos em categorias
com base em propriedades ou critérios), predição (previsão do resultado de um
evento diante de um padrão de evidências. A partir delas, ou concomitantemente,
ocorre o desenvolvimento de habilidades integradas: controle de variáveis
(identificação e controle das variáveis do experimento), definição operacional
(operacionalização do experimento), formulação de hipóteses (soluções ou
explicações provisórias para um fato), interpretação de dados (definir tendências
a partir dos resultados), conclusão (finalizar o experimento, através de conclusões
e generalizações). Pode-se afirmar que o uso do laboratório, para
desenvolvimento de capacidades e habilidades que despertem no aluno a
curiosidade pela Ciência e o estabelecimento de relações com fatos do cotidiano,
contribuem para a construção do conhecimento do aluno e como bolsistas de
iniciação à docência, podemos compreender a importância da atividade prática no
contexto de ensino e aprendizagem, refletindo sobre a docência, para tornarmos
as aulas mais atrativas, bem como, a utilização de metodologias diversificadas.

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