OFICINAS DE JOGOS TRADICIONAIS: OPORTUNIDADE DE INTEGRAÇÃO PARA PAIS E FILHOS
Resumo
Vivemos em um tempo marcado por profundas transformações nas relações
sociais e nas relações familiares. A família tradicional, na qual os filhos eram
retratados ao lado dos pais em momentos de ludicidade, parece tornar-se cada
vez mais raras. Longe de assumir que essas transformações possam ser
caracterizadas em uma lógica binária, de serem boas ou ruins, é necessário
perceber que uma série de fatores sociais, econômicos e culturais incendem
sobre a configuração das famílias contemporâneas. Reconhece-se assim, que as
longas jornadas de trabalho e a permanência das crianças na escola por longos
períodos, torna o brincar entre pais e filhos uma tarefa rara na atualidade. Tal
situação faz com que muitos jogos e brincadeiras tradicionais sejam esquecidos,
em detrimento de um brincar industrializado. Marcellino (2012) destaca que o uso
de brinquedos industrializados transforma a criança em um consumidor de
cultural, não reconhecendo-a como sujeito capaz de produção cultural. Resgatar
jogos e brincadeiras tradicionais possibilitaria, além da recuperação de uma
memória de determinado grupo social, o próprio desenvolvimento cognitivo e
criativo das crianças, pois estas atividades são muitas vezes não-estruturadas e,
sobretudo, as regras podem ser negociadas com os seus pares.
Neste relato de experiência, narra-se uma oficina realizada na Escola Municipal
de Ensino Fundamental Porto Novo, localizada em Lajeado/RS, que teve como
principal objetivo, oportunizar um momento lúdico no qual, pais e filhos pudessem
explorar jogos tradicionais. As atividades foram propostas por bolsistas do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
Subprojeto Pedagogia do Centro Universitário UNIVATES, em decorrência do Dia
da Família na Escola, sendo que participaram da atividade propostas pelos
bolsistas um total de 20 pais acompanhados pelos seus filhos.
No decorrer da oficia, cada família participante recebeu um Kit Pedagógico
constituído por 12 jogos (Cinco Marias, Peteca, Pega Vareta, Elástico, Boneca de
Meia, Bolas de Jornal, Jogo de Moinho, Amarelinha/Sapata, Pião, Material para
fazer bolhas de sabão, Jogo da Velha e Cama de Gato). Destaca-se que os
materiais que integravam o kit entregue para as famílias, foram confeccionados
pelos Bolsistas de Iniciação à Docência com materiais reciclados. Após a
apresentação dos materiais que integravam o kit, permitiu-se que pais e filhos
explorassem livremente os brinquedos.
Destaca-se que os bolsistas, no decorrer das atividades, tornaram-se mediadores,
isto é, acompanhavam a realização das atividades e auxiliavam pais e filhos no
desenvolvimento dos jogos. Uma vez que a escola parceira do programa atende
famílias ciganas, alguns pais e filhos dessa etnia participaram das atividades
propostas. No decorrer da realização das atividades eles questionaram a utilidade
dos materiais, pois na sua cultura aqueles materiais não possuíam significado. Tal
situação, vez com que os ministrantes da oficina problematizassem a sua própria
prática, reconhecendo não só a infância, mas todos os artefatos destinados a elas
como produções históricas, sociais e culturais. Da mesma forma, anteriormente a
realização da atividade, partia-se do pressuposto que todos os pais participantes
das atividades conhecessem jogos, principalmente Cinco Marias. Mas alguns
participantes demostraram desconhecer as regras desses jogos, assim, o
momento proposto não serviu apenas para aumentar o repertório cultural das
crianças participantes, mas também de alguns pais. Ao avaliar as implicações das
oficinas para a formação dos bolsistas, destaca-se o tensionamento nas
concepções que possuíam acerca da homogeneidade da infância.
Por meio do diálogo mantido com os pais no decorrer da oficina, percebemos que
o brincar de seus filhos deve estar consonante com as reconfigurações ocorridas
no meio social. Na contemporaneidade, a rua deixou de ser local de brincar, e
este se tornou privativo. Assim, os próprios objetos empregados para as
atividades lúdicas devem ser adequados aos espaços dos interiores das casas ou
de apartamentos.
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
Destaca-se que a oficina atingiu os objetivos previamente estabelecidos, que
consistia em primordialmente oportunizar as crianças um momento que pudessem
brincar com os seus pais de modo lúdico. Concomitante a isso, as atividades
realizadas permitiram recuperar um conjunto de jogos e brincadeiras que integram
um legado cultural e ampliar o repertório de atividades lúdicas dos participantes.
Por fim, salienta-se a necessidade das escolas oportunizarem momentos nas
quais pais e filhos ocupem o espaço escolar para atividades de convivência e
recreação, desconstruindo a imagem de que os pais são chamados para as
instituições de ensino somente para a resolução de problemas que envolvem
seus filhos.
sociais e nas relações familiares. A família tradicional, na qual os filhos eram
retratados ao lado dos pais em momentos de ludicidade, parece tornar-se cada
vez mais raras. Longe de assumir que essas transformações possam ser
caracterizadas em uma lógica binária, de serem boas ou ruins, é necessário
perceber que uma série de fatores sociais, econômicos e culturais incendem
sobre a configuração das famílias contemporâneas. Reconhece-se assim, que as
longas jornadas de trabalho e a permanência das crianças na escola por longos
períodos, torna o brincar entre pais e filhos uma tarefa rara na atualidade. Tal
situação faz com que muitos jogos e brincadeiras tradicionais sejam esquecidos,
em detrimento de um brincar industrializado. Marcellino (2012) destaca que o uso
de brinquedos industrializados transforma a criança em um consumidor de
cultural, não reconhecendo-a como sujeito capaz de produção cultural. Resgatar
jogos e brincadeiras tradicionais possibilitaria, além da recuperação de uma
memória de determinado grupo social, o próprio desenvolvimento cognitivo e
criativo das crianças, pois estas atividades são muitas vezes não-estruturadas e,
sobretudo, as regras podem ser negociadas com os seus pares.
Neste relato de experiência, narra-se uma oficina realizada na Escola Municipal
de Ensino Fundamental Porto Novo, localizada em Lajeado/RS, que teve como
principal objetivo, oportunizar um momento lúdico no qual, pais e filhos pudessem
explorar jogos tradicionais. As atividades foram propostas por bolsistas do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
Subprojeto Pedagogia do Centro Universitário UNIVATES, em decorrência do Dia
da Família na Escola, sendo que participaram da atividade propostas pelos
bolsistas um total de 20 pais acompanhados pelos seus filhos.
No decorrer da oficia, cada família participante recebeu um Kit Pedagógico
constituído por 12 jogos (Cinco Marias, Peteca, Pega Vareta, Elástico, Boneca de
Meia, Bolas de Jornal, Jogo de Moinho, Amarelinha/Sapata, Pião, Material para
fazer bolhas de sabão, Jogo da Velha e Cama de Gato). Destaca-se que os
materiais que integravam o kit entregue para as famílias, foram confeccionados
pelos Bolsistas de Iniciação à Docência com materiais reciclados. Após a
apresentação dos materiais que integravam o kit, permitiu-se que pais e filhos
explorassem livremente os brinquedos.
Destaca-se que os bolsistas, no decorrer das atividades, tornaram-se mediadores,
isto é, acompanhavam a realização das atividades e auxiliavam pais e filhos no
desenvolvimento dos jogos. Uma vez que a escola parceira do programa atende
famílias ciganas, alguns pais e filhos dessa etnia participaram das atividades
propostas. No decorrer da realização das atividades eles questionaram a utilidade
dos materiais, pois na sua cultura aqueles materiais não possuíam significado. Tal
situação, vez com que os ministrantes da oficina problematizassem a sua própria
prática, reconhecendo não só a infância, mas todos os artefatos destinados a elas
como produções históricas, sociais e culturais. Da mesma forma, anteriormente a
realização da atividade, partia-se do pressuposto que todos os pais participantes
das atividades conhecessem jogos, principalmente Cinco Marias. Mas alguns
participantes demostraram desconhecer as regras desses jogos, assim, o
momento proposto não serviu apenas para aumentar o repertório cultural das
crianças participantes, mas também de alguns pais. Ao avaliar as implicações das
oficinas para a formação dos bolsistas, destaca-se o tensionamento nas
concepções que possuíam acerca da homogeneidade da infância.
Por meio do diálogo mantido com os pais no decorrer da oficina, percebemos que
o brincar de seus filhos deve estar consonante com as reconfigurações ocorridas
no meio social. Na contemporaneidade, a rua deixou de ser local de brincar, e
este se tornou privativo. Assim, os próprios objetos empregados para as
atividades lúdicas devem ser adequados aos espaços dos interiores das casas ou
de apartamentos.
Universidade de Santa Cruz do Sul – Santa Cruz do Sul/RS
Destaca-se que a oficina atingiu os objetivos previamente estabelecidos, que
consistia em primordialmente oportunizar as crianças um momento que pudessem
brincar com os seus pais de modo lúdico. Concomitante a isso, as atividades
realizadas permitiram recuperar um conjunto de jogos e brincadeiras que integram
um legado cultural e ampliar o repertório de atividades lúdicas dos participantes.
Por fim, salienta-se a necessidade das escolas oportunizarem momentos nas
quais pais e filhos ocupem o espaço escolar para atividades de convivência e
recreação, desconstruindo a imagem de que os pais são chamados para as
instituições de ensino somente para a resolução de problemas que envolvem
seus filhos.
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